O Caroço de Feijão.
O caroço de feijão.
Peço licença aos poetas
E também vossa atenção
Para contar um história
Que causa admiração
Falo de uma viagem
Do caroço de feijão.
Depois de ter se livrado
De um trio combatente
Com as glândulas salivares,
Um língua insistente
Driblou um serra afiada
Feira com 32 dentes.
Mergulhou esôfago a dentro
Esse feijãozinho sarcástico
Caiu logo no estômago
Em seu ambiente cárstico
E por lá foi surpreendido
Com um banho de suco gástrico.
Viu no intestino delgado
Um jeito de escapar
Sem saber do desafio
Que iria enfrentar
Banho de suco pancreático
Com mistura biliar.
Correu pro intestino grosso
Pensando ter escapado
Caiu numa camara gasosa
De um campo fermentado
Por muita sorte saiu
Ileso do outro lado.
Jurou por todos os Santos
Não repetir a bobagem
Não querer mais aventuras
Deixar a camaradagem
E que nunca mais fará
O desafio da viagem.
Valdir Prudêncio