ESCRAVIDÃO - o início
A velha África inda chora
E sangra seu coração
Por mais de cinco milhões
De sua população
Que pra o Brasil foi levada
Ter a vida destroçada
Na roda da escravidão
Foram as grandes etnias
Dos Bantos e Sudaneses
Que chegaram no Brasil
Trazidas por portugueses
Por mais de trezentos anos
Vendas de seres humanos
Foram feitas muitas vezes
Depois de trinta e nove anos
Do Brasil ter sido achado
Começaram a chegar
Em navio abarrotado
O negro que era trazido
E chegando aqui vendido
Para ser escravizado
O português precisava
De mão de obra mais barata
Para o trabalho rural
Ou procurar ouro e prata
E de modo nada humano
Trazia o negro africano
Na porrada da chibata
Conduzido muito mal
Tinha a vida por um fio
O negro era acorrentado
Preso ao porão do navio
Alguns nem chegavam vivos
Um terço desses cativos
Morria de fome ou frio
Tente agora imaginar
Se você aguentaria
Preso em escuro porão
Na madeira úmida e fria
De um navio fedorento
Sem água, sem alimento
Balançando noite e dia
O porão desses navios
Era muito deplorável
Na pior das condições
Era posto o miserável
Em masmorra pequenina
Feses, suores, urina
Num fedor insuportável
Podia levar dois meses
Ou até mais, o tormento
Pois o tempo da viagem
Dependia do momento
Porque nessas caravelas
Não havia motor nelas
Dependendo só do vento
Chegando aqui no Brasil
Mas ainda acorrentado
Para o mercado de escravos
O negro era então levado
Como se fosse animal
E por produtor rural
Finalmente era comprado.