O PEIXE BOI MARINHO NA BARRA DE MAMANGUAPE

Vou contar neste Cordel

Um pedaço de Rio Tinto

A história de um lugar

Que por lá tão bem me sinto

Na Barra de Mamanguape

De tão esplendor recinto.

Refúgio no Nordeste

Na Paraíba a brilhar

Onde o Peixe-Boi Marinho

Vem tranquilo partilhar

Um cenário de beleza

Que é bom para trilhar.

Esse bicho tão gigante

De nado lento e gentil

Tem no estuário o abrigo

Um recanto tão sutil

É o símbolo da natureza

Tesouro do nosso Brasil.

Mas além do Peixe-Boi

Há mais vida nos caminhos

O rio cortam as águas

Sempre prontos os golfinhos

Com suas danças orquestradas

Coreografa carinhos.

Os pescadores bacanas

Com seus barcos elegantes

Vivem daquilo que o mar

E o rio vem constante

Com respeito à natureza

Fazem vida delirante.

Nas margens do Mamanguape

Há o povo a festejar

Com festas e tradições

Muita cultura cortejar

E o coco de roda dança

Pro pescador velejar.

Na Festa Literária,

Os poetas dão o tom

Trazem versos de esperança

Iluminados de som

Cultura vive e respira

Naquela terra de dom.

O coqueiral se reflete

Na correnteza do rio

O sol brilhando dourado

Faz o cenário bravio

É um pedaço do céu

Em que tudo é tão macio.

Manguezais guardam segredos

Riqueza vive escondida

São o berço natural

Pra fauna bem protegida

É o ciclo que se renova

É a força que dá vida.

O Peixe-Boi triunfante

De mansidez liberdade

Tão passivo e gigante

Não pensa ter crueldade

No silêncio das águas

Nos deixa tanta saudade.

Quem visita essa Barra

Sai de lá apaixonado

O contato com a fauna

Deixa o peito extasiado

É um presente da vida

Um momento abençoado.

Os pescadores respeitam

O Peixe-Boi Marinho

Sabem que é protegido

Naquele belo cantinho

Com saber de gerações

Junto daquele golfinho.

O rio conta histórias

De tradição e vivência

Cada barco que navega

É sonho pra consciência

É a força de um povo

Com muita paciência.

O Peixe-Boi simboliza

A luta pela floresta

Na calmaria do rio

Ele faz sua festa

Um convite à gentileza

Um alerta que nos resta.

Os golfinhos, com seus saltos

Causam risos nos turistas

Pulam, giram, numa graça

São uns exibicionistas

Com seu jeito tão alegre

Esses peixes são artistas.

Essa Barra é poesia

Um poema angelical

Seu estuário encanta a todos

É um tesouro sem igual

É a vida em movimento

É cenário celestial.

Quem ouve o canto da água

E do mar sente o cheiro

Leva no peito pra sempre

O desejo faceiro

Esse rio é um encanto

Pro povo brasileiro.

Há também o artesanato

As mãos criam com fervor

Cestas, redes e bordados

Feitos com tanto amor

Criações de um povo simples

Guardando o seu valor.

Os turistas que visitam

Esse belo santuário

Saem cheios de memória

De um mundo extraordinário

A natureza os abraça

Num gesto tão solidário.

E a festa é garantida

Com baião e forró

No coco de roda alegre

Ninguém pode ficar só

O batuque do zabumba

A poeira levanta pó.

É na força desse povo

Que o lugar se faz brilho

Protegendo os manguezais

E as águas de cada filho

Com amor e resistência

Seguindo livre seu trilho.

Jurema conta histórias

De tempos que já passaram

Falando do Peixe-Boi

Dos dias que se findaram

Mas no presente ainda há vida

Sonhos que não se acabaram.

O rio Mamanguape segue

Testemunha do que é bom

Com golfinhos e Peixes-Bois

Faz um eco nesse pistom

É a música da vida

Nos tempos do califom.

Vamos sempre proteger

Este recanto dos animais

Respeitando Peixe- Boi

E os sagrados manguezais

Para não sermos apenas

Famosos cartões postais.

O estuário é um exemplo

De equilíbrio e harmonia

É preciso preservar

Pra manter a energia

Com respeito e consciência

Faz-se uma nova poesia.

O Peixe-Boi nos ensina

A viver devagarinho

Com leveza e com amor

Respeitando o caminho

A vida é breve, mas bela

Como um voo de passarinho.

Essa Barra é um recanto

De beleza tão memorável

É um patrimônio vivo

De valor imensurável

Peixe-Boi e manguezal

Num viver bem mais saudável.

Que o povo se una forte

Pra lutar com devoção

Proteger as suas águas

Cuidar da preservação

Pois o futuro depende

De nossa dedicação.

E que o rio siga calmo

Com seu brilho natural

Abraçando o Peixe-Boi

Nosso tesouro vital

Nossa Barra é retrato

De um paraíso real.

No litoral paraibano

Ou numa mata brejeira

A riqueza está no povo

No cheiro da laranjeira

É um canto de esperança

Na fé que é linsonjeira.

Que o Peixe-Boi seja exemplo

Pra todos que lá chegarem

Com amor e consciência

Que as águas calmas não parem

Essa Barra é um legado

De fatos pra se exaltarem.

Finalizo este folheto

E digo sempre pra mim

Protejamos a natureza

Um santuário jardim

Peixe-Boi é o viver

Não deixem chegar no fim.

FIM

Rio Tinto-PB, 16 de novembro de 2024.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 16/11/2024
Reeditado em 17/11/2024
Código do texto: T8198174
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