penultima vez com minha irma viva
Escrevo este poema
Confesso passando mal
Pois estou com minha irmã
No leito de um hospital
Fico pedindo a Jesus
Que esse não seja o final
Ela sobre aquela cama
Eu sentada a lhe olhar
Com o coração partido
Com as lagrimas a rolar
Me vejo olhando pra ela
E me ponho a pensar
Olho para um lado e outro
Não sei nem a onde estou
Só vejo camas e placas
Enfermeiras e doutor
E a minha irmã gemendo
Se acabando de dor
Essa data eu marquei
Para nunca esquecer
29 de setembro
O dia que fui lhe ver
Eu saí de lá achando
Que ele ia morrer
Aqui não tem sol nem lua
Mas tem frio e calor
Aqui não tem alegria
Mas tem carinho e amor
Aqui só tem esperança
Vinda de nosso senhor
Observo ela dormindo
Por certo não sei dizer
Se essa e a última vez
Ou outra chance vou ter
De vê-la viva de novo
Só Jesus pode prover
Estou sempre preocupada
Com essa situação
Tem dias que ela melhora
E em outros dias não
Tem dias que ela estar lucida
Outros com alucinação
Pense em uma situação
Difícil de suportar
Você fica insensível
Sem saber o que falar
Com os nervos a flor da pele
Fala coisa sem pensar
Esse processo de morte
Mata a gente também
Pois não queremos que morra
Gente que a gente quer bem
Temos uma sensação
De estar morrendo também
Principalmente no caso
De uma irmã querida
Vi ela crescer comigo
Ao longo da minha vida
Hoje a vejo acamada
Isso e uma vida sofrida
Eu amo ela de mais
Não há queria perder
Mais entendo que há um processo
Entre a vida e morrer
Embora seja impossível
Para me compreender
E um processo doloroso
Pois saudades vou sentir
Porque alguém que amo tanto
Desse mundo vai partir
Talvez esteja perto
Pra ela se despedir
Deus me deu mais uma chance
De vela viva mais uma vez
Se vou ter mais uma dessa
Eu me pergunto talvez
Não tenho muita esperança
Devido a sua palidez
Hoje e 12 de outubro
Outra vez estou aqui
Com ela no hospital
Prazer não posso sentir
Fico ali só um pouquinho
Da vontade de sair
Cada dia que se passa
Ela esta piorando
Aos poucos o rosto dela
Esta desafigurando
Fico achando que sua vida
Ao fim esta chegando
Fico assim agoniada
Olhando a feição dela
Aquele rosto tão pálido
Não parece mais com ela
Pois quando tinha saúde
Era uma mulher tão bela
Ela e minha irmãzinha
Minha amiga meu amor
Que veio pra minha vida
Por ordem do meu senhor
Deus do céu e dono dela
Por ser o seu criador
Vou terminar meu poema
A jesus agradecendo
Por mais um dia de vida
Que minha irmã está vivendo
Mesmo sabendo que ela
Com muita dor está sofrendo
Autora Lucirene Rodrigues 01 11 24