UM TSUNAMI EM SALVADOR
Em setembro de 2021 espalhou-se a notícia que o vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, estava retomando a atividade e sua erupção poderia, eventualmente, gerar um tsunami que poderia atingir o litoral do Nordeste.
Rolou na TV, blogs e o escambau até simulação da inundação que tomaria boa parte de Salvador. Lietralmente, uma ONDA, rapá!
Da fiz esse poema jocoso, manejando gírias e o linguajar típico do soteropolitano - pra você que não é aqui, "soteropolitano", meu rei, é quem nasce em Salvador - kkkk.
Não me preocupei em guardar rigidez com a rima. Mas, mais com as imagens que poderia criar com meus versos.
É um texto que já tem mais de 03 (três) anos e só agora resolvi dar publicidade.
Espero que gostem.
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Mês de setembro é marcado
Há muitos anos atrás
Por tragédias animais
Até houve um atentado
Feito com um avião lotado
Foi Bin Laden o seu mentor
Em Tio Sam meteu o terror
Morreu gente pra disgraça
E agora uma nova ameaça...
Um tsunami em Salvador!
Deu em tudo que é jornal
Na quinta, dia dezesseis
Vão se ligando vocês
Pois o troço é infernal
Um vulcão fenomenal
Natureza em seu furor
Eu já ouvi um rumor
Que seu nome é Cumbre Vieja
Valei-me, Deus me proteja!
Um tsunami em Salvador!
E vem de não sei de onde
Pra lá da casa da porra
Tô logo avisando, corra!
Se liga, vê se se esconde
Não pare esperando o bonde
Se mexa! Por que parô?
Até o corona vazô!
O vírus virou fichinha
Quem vai brocar é a “ondinha”
Um tsunami em salvador!
Vi que é das Ilhas Canárias
Território da Espanha
Devia vim era picanha
U’as skins, umas bavárias
Grana na conta bancária
Mas, não. Me faça um favor!
Vê se me erre, istopô!
Fulêro esses espanhóis!
Ó o que empurram para nós
Um tsunami em Salvador!
Se a montanha, na cocó
Vomitar sua lava quente,
Se plantem, viu, minha gente!
Tão dizendo: Ó paí, ó!
É uma paletada só
Né mentira, não senhor
Vai ser avassalador
E pra chegar não demora
Vou vazar daqui é agora
Um tsunami em Salvador!
Tá pensando que é migué?
Que eu tô de crocodilagem?
Eu não sou de fuleragem
Não sou nenhum zé mané
Tá me tirando, colé!
A palavra tem valor
Mais que papo de doutor
Lá ele, de eu tá mentindo
A onda vai vim e tá vindo
Um tsunami em Salvador!
Se liga, pega a visão
Se esse vulcão pegar ar
E a zorra toda estourar
Meter uma erupção
De fazer rachar o chão
Vai ter na terra um tremor
Feito o Olodum no Pelô
Como o Ilê no Barro Preto
Ou no ensaio do Araketu
Um Tsunami em Salvador!
E a onda tem uma altura
que vai ser barril dobrado
Não vai ficar um sobrado
Nem sobrar uma estrutura
Sei que a treta vai ser dura
O mar vai tocar terror
Por menos, Neto retô!
E se essa onda chegar
a barca vai afundar
Um tsunami em salvador!
E pela internet eu vi
Também na televisão
Numa tal simulação
Itapagipe sumir
E uma ilha surgir
onde está o Nosso Senhor
do Bonfim, o Redentor
Fora a Colina Sagrada
de lá não vai sobrar nada
Um tsunami em Salvador.
Da orla toda, coitada
De toda a Baixa Cidade
Só vai ficar a saudade
Com essa onda salgada
Pituba vai tá inundada.
E acredite, sim senhor
Nesse cenário de horror
Repare na ironia,
Só Brotas que sobraria
Um tsunami em Salvador
E o impacto da notícia
Se espalhou feito contágio
Já se pensa até em pedágio.
E né coisa fictícia
Muito menos de milícia
Preço de aluguel brocô!
Não quer vendê quem comprô,
quem vendeu se arrependeu
Tudo lá encareceu
Um tsunami em Salvador!
Quando chegar o verão
Quando tudo se acalmar
Qual point que vai bombar?
A orla de Brotas, mermão!
Gente linda de montão!
E como a Barra inundou
o então “Circuito Dodô”,
por conta desse contexto,
Vai migrar pra D. João VI
Carnaval em Salvador!
Chegou até aqui!
Parabéns e obrigado!
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