CAMINHONEIRO BRASILEIRO
Vou trilhar este cordel
Falando de uma contradição
Meu amigo caminhoneiro
Se perdeu na negociação
O diesel foi aumentado
Quem perdeu foi a população.
2018
O ano de uma memória
O Brasil quase parando
Voltando à palmatória
As estradas poluídas
Vou começar nossa história.
O dia em que a terra parou
Início de uma bela canção
Cantada por Raul Seixas
Numa grande interpretação
Hoje eu percebi com calma
Como se encontra minha nação.
O dia que o Brasil parou
Minha Paraíba, hospitaleira
Falta combustível no posto
Sofre a nação brasileira
Caminhoneiros na estrada
É pião na mão sem ponteira.
Escolas fechadas sem aula
Ninguém sabe a quem pedir
O supermercado já subiu de preço
E quem vai um dia decidir?
Será o governo sem estrutura
Ou a democracia tende a cair?
O Brasil está sem comando
É uma vergonha a situação
Sofre o pai de família
Por não saber qual a razão
Em cada esquina que se passa
É tamanha a confusão.
O Brasil parou e é verdade
No comboio da paciência
O preço deu uma subida
E teve tanta intransigência
A luta que podia ser útil
Somente serviu de sofrência.
O Dia que o Brasil parou
Mexeu com a sociedade
Com todos os sentidos
De uma enorme crueldade
O caminhoneiro fez festa
Neste jogo da verdade.
Parou não sei porque
O Brasil de muitas cores
O poder determinante
Nos pobres havia dores
A população gemendo
Lamentos e clamores.
O Brasil parou, eu sei
E quase que não se conserta
Caminhoneiro de luta
Fizeram a coisa certa
Fechando a via pública
Atingiram a sua meta.
O Brasil parou na rua
E o caminhoneiro ficou
Plantado na sua luta
E nada mesmo conquistou
O presidente do golpe
O combustível aumentou.
As ruas do meu país
Foi aquela situação
De um lado motoristas
Do outro a população
Que pagou o pato
Com a grande inflação.
A subida do alimento
Teve ganho diariamente
O povo sofreu na fila
E o preço saiu na frente
O caminhoneiro foi usado
E o poder ficou contente.
Teve muita injustiça
E nada foi resolvido
Foi aquela bagunça
No fato acontecido
A greve dos caminhoneiros
Foi mais que merecido.
O problema é o poder
Que negocia a desgraça
Faz do povo a manobra
Na rua, na casa e na praça
Quem precisa viver
Lá na frente se fracassa.
Fracassando o governante
No pobre vem a reação
Ele paga por ele, sim
Em qualquer situação
Ele compra até fiado
Para ajudar aquele irmão.
Viva o povo brasileiro
Que vence muita batalha
No final de cada ato
Recebe em troca uma medalha
Depois de um certo tempo
Tem de volta a sua cangalha.
A greve que aconteceu
Prejuízo foi confirmado
O pobre querendo gás
Depois de tudo ter aumentado
O diesel vendido aqui
Lá fora é mais barateado.
O Brasil nunca parou
Diz assim a democracia
Todo mundo dando as mãos
Isto já virou mania
O preço da inconstância
Vem consigo a carestia.
O caminhoneiro é gente
Que precisa se politizar
Não se vender ao poder
E com o povo se identificar
Viver na estrada da luta
Fazendo o preço baixar.
Vive a seca na estrada
O pobre e humilde estradeiro
Pensa em contribuir assim
Com o povo brasileiro
Mas se vende para o poder
Fudendo o povo inteiro.
O caminhoneiro quando para
Merece uma profunda reflexão
Se quem está patrocinando
É o seu famigerado patrão
Porém, nada se entende
Quando ele faz a inflação.
O Brasil é muito rico
Está sempre em evolução
O dinheiro que sai daqui
Nos causa a corrupção
O país assim parado
É caminhoneiro na oposição.
A greve não existiu
E nem tampouco se prolongou
Houve o avanço do governo
E ele firme continuou
A manobrar o capital que tinha
E dar apenas o que sobrou.
O Brasil parou foi a notícia
Que o telejornal anunciou
O caminhoneiro ali parado
Nada então se planejou
O governo desta falha
Logo então se aproveitou.
As estradas brasileiras
Um dia ficaram assim
Carros por todo lado
A começar de Alecrim
A situação ficou caótica
E cada vez mais ficou ruim.
Caminhoneiros do Brasil
Irmãos de fé e de grande comunhão
A greve parou o Brasil
Esta foi a grande contradição
O dono do carro se aproveitou
E com o poder fez a negociação.
Ninguém queria acreditar
Neste ato politiqueiro
De um lado a corrupção
Do outro o caminhoneiro
Ambos no mesmo barco
Servindo ao poder do estrangeiro.
O meu amigo caminhoneiro
Entrou numa enrascada
Acelerou seu caminhão
E a vida ficou parada
Deu meia volta no centro
Porque já não valia nada.
O presidente do Brasil
Não temeu o movimento
Aumentou o combustível
Causando foi constrangimento
O Brasil quase parado
E haja no povo sofrimento.
O preço do óleo diesel
Continuou ali subindo
O governo deita e rola
E você vá refletindo
Não se esqueça meu grevista
Ele sempre está mentindo.
É difícil acreditar, eu sei
Que o Brasil podia parar
O caminhoneiro manobrado
Nada lhe fez conquistar
O preço do diesel só sobe
E amanhã vai aumentar.
Vou terminar este cordel
Como um bom presepeiro
Que utiliza este cordel
Oferecido ao caminhoneiro
Que quase para o Brasil
No poder de um forasteiro.
FIM
João Pessoa-PB, 02 de dezembro de 2019.