FILHO INGRATO
Naquele lar de discórdia
Toda tristeza começa
Aquele filho ingrato
Gostava de pregar peça
Ele vivia com a mãe
E não há quem o impeça.
De implicar com sua mãe
Aquela pobre senhora
Todas as netas sofriam
Num vexame sem demora
Humilhações sem ter fim
Já era chegada a hora.
De ver sua mãe cansada
Com a alma sofrida
Viver em conflito
Sem ter uma saída
Um filho bastante ingrato
Com sua voz atrevida.
Não via a verdade
Perto do seu umbigo
Sem nenhuma humildade
Não sai daquele abrigo
Esculhambando a todos
Causando grande perigo.
Ele nunca reconheceu
Que a mulher que o gerou
Para sempre lhe acolheu
E com ele enfrentou
Esses piores momentos
Vividos que já se passou.
Ele queria um abrigo
Sua mãe sem ter paz
Mas o filho a cercava
Sabendo que não se faz
Fazer da mãe, inimiga
O ódio não se desfaz.
Entre brigas e lágrimas
O lar desmoronou
E a sombra da tristeza
De vez se instalou
Aquele filho ingrato
A todos contaminou.
E assim segue a vida
Nesse dilema cruel
Um homem que não vê
O amor que é tão fiel
A mãe pode ser o que for
Será vista como mel.
Que a história é séria
Tentando valorizar
O que temos em casa
É muito bom sempre amar
No jogo do desafeto
Quem é que vai ganhar?
No lar de desarmonia
Nenhuma vida não avança
Numa eterna reclamação
Não enxergam a confiança
Aquela mãe, já cansada
Perdeu toda esperança.
Com o olhar cansado
A falha vem silenciar
As respostas são tantas
Pra mãe não educar
A mãe brigando com filho
Quase vão se pegar.
São as criações santas
Dos frutos que plantaram
O néctar dessas plantas
Os pais sempre regaram
Os filhos não compreendem
E todas visões se rasgaram.
As netas, inocentes
Sentiam a tensão
Viam a briga constante
E o peso no coração
As mulheres doentes
Falta a todos compaixão.
Sonhavam com a calma
Mas as vozes barulhentas
Impedem todas as luzes
Nessas águas barrentas
O filho ingrato chorando
Com lágrimas sangrentas.
Porque ele não consegue
Domar o seu coração
Das contas pra pagar
Em sua própria aflição
A mãe já não aguenta
É grande a confusão.
Certa noite, cansada
A mãe decidiu falar
Reuniu sua família
Pra portanto reclamar
Chamou todos os filhos
Tentando se explicar.
O amor que nos une
Precisamos resgatar
A mãe não vai saber
Nem tampouco conquistar
Segredos daquele filho
Que não a faz levantar.
O filho, surpreso
Não vai entender nada
Ouviu a voz da mãe
E fugiu em disparada
Mas o orgulho falou
Nesta triste madrugada.
Aquela palavra grossa
Só trouxe complicação
Os irmãos não terão paz
E nem você tem razão
O filho ingrato é triste
Vai viver na solidão.
As palavras cortantes
Feriram o coração
A mãe, em seu silêncio
Sentiu a frustração
As netas, entre lágrimas
Só fazem reclamação.
Tentaram intervir
Papai, não é assim
Vamos nos redimir
Tirar de perto o ruim
Viver como a família
Em flores pelo jardim.
Mas este filho, irado
Somente fez se afastar
Ignorou toda a dor
Que a família ia passar
E a mãe na cama doente
Não consegue acalmar.
Angustiada em seu leito
Naquele colchão tão duro
Ter um filho sem virtude
Que nunca sai do escuro
Vive neste desconforto
Nas sombras do obscuro.
Passaram-se todos os dias
E a casa em desatino
Os gritos e as brigas
É este triste destino
A mãe, quando recorda
Ver todos sendo menino.
E ela carrega tristeza
Enquanto aquele seu filho
Inútil, não via a beleza
Das coisas e do brilho
Da vida que se segue
Nos caminhos do trilho.
Certa noite, pobre mãe
Naquela febre bem alta
Sentiu que sua saúde
Também não mais se exalta
O filho, preocupado
Noutro problema salta.
Correndo para saber
Mas a mágoa sem jeito
O impediu de falar
Todo aquele defeito
Esta mãe sofre calada
Com as dores no peito.
Esta mãe, percebendo
A dor daquele seu filho
Tentou até acalmá-lo
Mostrou porém, seu brilho
Dizendo que a vida é curta
E que ele não é empecilho.
Vamos amar, meus irmãos
Deixe pra trás o passado
E sua mãe, queiram amar
E ficarmos do seu lado
Deve ser as mães que falam
Para o seu filho amado.
Mas ele, teimoso, vive
Insistindo em brigar
Dizendo que a mãe é culpada
E no lar não quer ficar
E assim, neste desespero
Eles só querem brigar.
A sua mãe respirou
Na esperança de um dia
Aquele filho mudar
Com prazer e alegria
Mas nada bom acontece
Vivem na profunda agonia.
Que a gratidão e o amor
Gravadas nos corações
São a verdadeira luz
Que nos livra das aflições
O filho ingrato precisa
Rever as ingratidões.
FIM
João Pessoa-PB, 15 de outubro de 2024.