Amigo da Onça
Aconteceu num dia calmo
Em um lugar no meio do nada
Entre as arvores e o riacho
E o barulho da bicharada
Caminhar calmo e descalço
Era o que ele almejava
Criado no meio do mato
Bem lá dentro da floresta
Voando de galho em galho
Adentrando pela relva
Pulando feito um sapo
Com os animais em festa
Sonhava em ir pra cidade
Conhecer nossos costumes
Pra respirar outros ares
Sem a luz do vagalume
Navegar em outros mares
Outras fragrâncias e perfumes
Ficou desapontado
Vendo todos os edifícios
Uns sem comida no prato
Outros milionários, ricos
Uns com pano esfarrapado
Outros muito bem vestido
Voltou pra casa no ato
Longe da poluição
Onde cobras e lagartos
Tem outra conotação
Não quis ver engravatado
Enganando a população
"Nunca mais volto pra lá"
Disse ele indignado
Lá "o amigo da onça"
Tem outro significado
Aqui sempre foi meu lar
Lá serei domesticado...