E o Parque do Povo continua alagando...

Nunca antes na história Prudente teve tão largada

Já faz muito tempo que a rua não é varrida

De nunca em nunca a reciclagem é recolhida

E não é de hoje que a Prudenco tá toda sucateada

A Cidade da Criança - quem diria? - tá esquecida, abandonada

Semana sim, outra também tem ônibus quebrando

Com aquela vaga na creche a mãe já nem tá mais contando

O sistema tá sempre bugando na Secretaria da Educação

Pro lixo da cidade ainda não tem destinação

E o Parque do Povo continua alagando...

Domingo é dia de eleger Prefeito e Vereadores

Depois de um mês e meio de campanha

Candidatos que só se batem, democracia que só apanha

Debates transvertidos em Circos de Horrores

Então se preparem, Senhoras e Senhores!

Em janeiro um deles estará nos governando

Pondo em prática as ilusões que agora vem pregando

E os problemas de verdade vão ficar sem solução:

Pro lixo da cidade não vai ter destinação

E o Parque do Povo vai continuar alagando...

Virou obsessão fazer uma nova Rodoviária

Ao lado do Aeroporto um garante que vai construir

Pro Parque de Exposição outro diz que vai transferir

E dá-lhe gasto absurdo com obra desnecessária

Pro transporte coletivo vai ter mais uma concessionária

Nunca mais vai ter busão atrasando

Vai funcionar o wi-fi, o ar condicionado sempre torando

E de lado vai ficando o que devia ter mais atenção:

Pro lixo da cidade não vai ter destinação

E o Parque do Povo vai continuar alagando...

E não é que tem proposta ainda mais extraordinária

VLT na linha do trem que vai chamar Parque dos Trilhos

Quando inaugurar vai transportar os tetranetos dos nossos filhos

De Bernardes a Regente, que ideia revolucionária!

Vinda duma mente bem pra lá de visionária

Esse é o perfil do gestor que a gente tá precisando

Um administrador que esteja sempre inovando

E pra gaveta vão os projetos que mais tem urgência de aprovação:

Pro lixo da cidade não vai ter destinação

E o Parque do Povo vai continuar alagando...

E vai acabar de vez a infestação de pombos na Catedral

Vai ser um esplendor que só a Praça Nove de Julho

A fonte vai voltar a ser motivo de orgulho

Vão dar aquele talento no Quadrilátero Central

E Prudente vai ser declarada do Molho Verde a Capital

No Prudentão toda semana vai ter time grande jogando

Na Cidade da Criança vai ter banda famosa tocando

E permanece facultativo o que é mais que obrigação:

Pro lixo da cidade não vai ter destinação

E o Parque do Povo vai continuar alagando...

Vai ter creche pra atender tudo e mais tudo que é criança

Pra construção os recursos já tão apalavrados

Via Brasília ou por São Paulo serão repassados

A verba tá garantida, mais fácil que saque em poupança

Mas sempre tem alguém pra aprontar uma lambança

Campanha de conscientização é o que tá bombando

Em banner na fachada da Prefeitura o dinheiro vão torrando

E o que era pra ser prioridade fica sem resolução:

Pro lixo da cidade nunca vai ter destinação

E o Parque do Povo vai continuar alagando...

Pra quem acha que tá bom, é só seguir com o atual Prefeito

Que reclama que não conseguiu fazer nada

Porque só teve que pagar conta herdada

De quem antes dele não administrou direito

Quando era candidato disse que tinha jeito

Deputado experiente, sabia onde tava entrando

Rotatória e lâmpada led é o legado que tá deixando

Pra encarar o principal faltou disposição:

O lixo da cidade ainda não tem destinação

E o Parque do Povo continua alagando...

Pros mais saudosistas, tem ex-Prefeito como opção

Na cabine do piloto sentou por oito anos

Tá respondendo até hoje pelos contratos com a Tucanos

Por obras mal feitas, superfaturamento e corrupção

Gestão da Gepron na Cidade da Criança também deu condenação

Dívida da Prudenco a cada mês aumentando

No Grêmio Prudente uma fortuna injetando

Dois mandatos do puro creme da locupletação

Pro lixo da cidade não teve destinação

E o Parque do Povo todo ano alagando...

E, pra quem quer apostar na "zero-novidade"

De quem já foi por várias vezes Deputado Federal

E apela com força no momento espiritual

Não deposite sua confiança sem conhecer a verdade

Almoço no Bom Prato não condiz com a realidade

De quem desde sempre do suor do povo tá se alimentando

E, na falta de imagem própria, na do pai acaba se escorando

Será capaz tal cidadão de dar alguma contribuição

Pro lixo da cidade dar a devida destinação

E evitar que o Parque do Povo continue alagando?

E agora, fazer o quê? Que número na urna cê vai digitar?

O de quem bate no pai, na mãe, na esposa?

O de quem cuida do galinheiro com o zelo de uma raposa?

O de quem quase nada fez pro quase nada que fez mais quatro anos aditar?

Tem certeza que em algum deles cê consegue acreditar?

Enquanto a gente não acorda, eles vão se revezando

Ora um ganha ora outro leva, sempre tem alguém mamando

E, em 2124, quando chegar a hora da eleição

Periga que o lixo da cidade ainda não tenha destinação

E o Parque do Povo continue alagando...