CORDEL DO AMOR E DO MAR
Quero deixar descrito
Nas sextilhas de um cordel
As semelhanças entre o amor e o mar
Identidade estreita, bem fiel
Um é espelho e imagem do outro
Como o carbono no papel
Sentados à beira de suas águas
Ambos nos levam a sonhar
Buscando a terra prometida
Espíritos soltos a navegar
Até ao paraíso, pasárgada
Utopia ou Shangrilá.
Amor e mar vivem movediços
Inquietos, não param um só momento
Às vezes serenam em instantes
Pra logo se agitarem com o vento
Levados por correntes submersas
Estão sempre mudando por dentro
Encobrem segredos bem guardados
Sob a superfície seguem protegidos
Desejos e vontades que se fundem
Longe dos olhos adormecidos
Nascem e vivem na intenção
De subirem à tona, emergidos
Tanto o mar quanto o amor
Se enxergam com olhar de eternidade
Gerações banhadas em suas ondas
Buscando a intangível felicidade
Querendo alívio temporário à dor
Que leva o nome de humanidade
E muito mais pode ser dito
Nesses poucos versos rimados
Mas no pouco aqui exposto
Percebe-se em bom bocado
Os universos do amor e do mar
Dois mundos pra sempre entrelaçados