POPULARES POETAS - SEGUNDA PARTE

Esta obra que escrevi

Sobre poesia popular

Tanta gente de fora ficou

E eu tive que optar

Os grandes nomes peguei

E vamos agora publicar.

Em Prata vamos encontrar

Zé de Cazuza na boemia

Com a memória de menino

Faz a sua veia em maestria

Este velho é bem valente

Na dor e na alegria.

Pinto do Monteiro é grande

Nas lembranças da vovó

Cantou com muita gente

Na cantoria era o melhor

Um tal de Zé Limeira

Quase que leva a pior.

José Alves Sobrinho

Foi um grande pesquisador

Trouxe histórias de Zé Limeira

Em Campina ele mostrou

Discutiu com Orlando Tejo

Que o livro publicou.

Novos poetas surgem

E o cordel vem pela saia

Tem pessoa que recita

É um tal de Merlânio Maia

Valorizando a mulher

Dá empate nesta raia.

Bruno Gaudêncio chegou

Jairo Cezar soltou um verso

O poeta de Sapé

É poesia papel impresso

A dupla é muito boa

É saudade que te peço.

Irani Medeiros tem

A veia de pesquisador

É um grande poeta

Na fritura do amor

Por onde ele passa

A musa o verso conquistou.

Ele está em toda fase

Da poesia brasileira

Nosso Augusto dos Anjos

Tem verso na dianteira

Falou tanto de saudade

Sua poesia primeira.

Os que vem de fora

Dão a sua contribuição

Louro, Dimas e Otacílio

Do Litoral ao meu Sertão

Cantaram de improviso

O amor e a paixão.

Oliveira de Panelas também

Trouxe a viola na bagagem

Cantou com os Patriotas

E ficou a boa imagem

Navegando na saudade

No cactus da paisagem.

João Paraibano foi bom

No verso e na cantoria

Já cantou com tanta gente

E hoje é só melancolia

João merece aplauso

De Pernambuco a Bahia.

Zé Marcolino compositor

Poeta da grande Sumé

Descobriu tão cedo os versos

Dedicados à mulher

Gonzaga musicou

Na sanfona que virou fé.

Raphael de Carvalho teve

Grande veia cultural

Fez cordel e foi cantor

Como ator foi genial

Engolia o coração

Isso era sensacional.

Violeta Formiga e Anayde

Duas grandes escritoras

Tão cedo foram simbora

Cuidar de outras lavouras

A poesia desta dupla

É estudada por doutoras.

Antônio Mariano e Hildeberto

São críticos literários

Escrevem os seus poemas

No campo dos libertários

Os versos que deles brotam

Com o saber são solidários.

Relembrando os grandes cordelistas

Que no final do cordel assinavam

Eram iniciais ou mesmo o nome

E assim eles humildes deixaram

Uma marca de sabedoria

Que outros mais na frente contaram.

Eu também penso em fazer

O que eles lá atrás fizeram

Pôr o meu nome acróstico

E alguns já me disseram

É complicado o assunto

Muitas informações trouxeram.

Poesia é água corrente

Na veia de uma correnteza

Invade o sentimento humano

E destrói por completo a beleza

Deixa todo o mundo igual

Num repente de uma peleja.

O poeta e a poesia são únicos

Na terra da arte brasileira

Cada frase que a mente cria

É poesia que anda ligeira

O poeta pega a caneta

E responde com uma rasteira.

Maria das Neves foi a primeira

Entre tantas que hoje escrevem

Unidas num só coração

Elas o bom cordel exercem

Da Paraíba a Alagoas

De avião ou de canoa

Elas respeito merecem.

Izabel Nascimento é pessoa

Cordelista sergipana

Fundou uma Academia

E mulher lá não reclama

Os versos de Izabel

Já li de cair na cama.

Daniela Bento de Aracaju

Com Izabel organizou

Uma coletânea das boas

Feita para qualquer leitor

É cordel que anda na linha

Na saia da amiga Dalinha

No gostar de puro amor.

A amiga pernambucana

Edilene cordelista

Com aquele chapéu de couro

Tem fama pra lá de artista

Estando em solidão profunda

Leio os de Dalinha Catunda

E fico logo otimista.

Lá vem a Tonha Mota

Com Maria Anilda falando

De um tal cordel de saia

Que Dalinha foi cantando

É a mulher dos grandes versos

Participante de congressos

Se eu não for vão se chegando.

Anny Karolinne é enfermeira

Herdou o dom da criação

Faz cordel com maestria

E usa cabeça e mão

Tem Anne Ferreira de Queimadas

Com belas e boas tiradas

Haja cordel de amor e paixão.

Maria Anilda é gente boa

Lá das terras do Ceará

Prende o povo na leitura

Só pra ver o quer que dá

Tem tanta mulher no cordel

Muito mais que anjo no céu

Chegou Cristine Nobre

Com seu trabalho em mãos

Feito para a leitura

De cidadãs e cidadãos

É poetisa de Academia

Acolhida pelos irmãos.

Paraíba tem o pôr do sol

Tem belas praia no litoral

Paraíba tem artistas

Tem Ariano intelectual

A Paraíba de Augusto

E o forró de Genival.

A Paraíba tem cultura

Do algodão e do alho

Na música é de primeira

Pelo nome de Ramalho

É Elba, Zé e Luiz

Cartas de um baralho.

Paraíba de mulher macho

Violeta, Anayde e Elizabeth

A sanfona de Flávio José

Encanta até o pivete

O som de Jackson

É pandeiro que se derrete.

Viva o povo paraibano

Na arte da poesia

Leandro Gomes de Barros

Na terra de Dona Maria

Tem Seu Zé e Seu João

É festa, é muita folia.

E aqui chego ao final

Deste meu belo cordel

Escrito na precisão

Na aba do meu chapéu

Falo de quem já morreu

E de quem vive neste plantel.

FIM

João Pessoa-PB, 23 de abril de 2019.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 24/09/2024
Código do texto: T8159345
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