MESTRE OLIVEIRA DE PANELAS

Fui buscar inspiração

Pra falar neste cordel

Nas linhas que vou seguir

Vou soltar o carretel

Lá na frente vou pegar

Ao Oliveira Menestrel.

Oliveira de Panelas

Homem de grande valor

Nasceu lá em Pernambuco

Pelo mundo desabou

Esbarrou na Paraíba

E por aqui mesmo ficou.

É um grande repentista

Na peleja ele é um peste

Este cabra tem respeito

Por todo este Nordeste

Admiro Oliveira

Tomei-lhe como meu Mestre.

A Paraíba agradece

O ficar do filho amado

Bate palmas a plateia

Um artista qualificado

Envereda pelos versos

É mote desafiado.

Tem tanta gente falando

No ápice da cantoria

Vitória para Oliveira

Felicidade e valentia

Nas cordas do seu repente

Seja noite, seja dia.

O poema de Oliveira

É ternura e gratidão

O Nós que ele tem

Invade nossa canção

Cantar com Oliveira

Em Panelas sua Nação.

O Nordeste brasileiro

É celeiro de criadores

Na arte da poesia

Formam-se aqui tantos doutores

Desafiando a matemática

Acreditem meus senhores.

Muita gente que é famosa

Precisa de um catalogar

Cada nome que se escreve

É Palavra para rimar

Oliveira é catálogo

Na arte de improvisar.

No repente da cidade

Oliveira tem a viola

Cada um que passa aqui

Ele bota na sacola

Dá um nó bem lá no fundo

O cabra vai pedir esmola.

No desafio com Oliveira

Nunca se pode vencer

Ele tem a formosura

De tudo compreender

Improvisa a história

E faz o fogo derreter.

As glosas deste poeta

São pétalas se germinando

Ultrapassando o limite

Do trem que vai passando

Um pouco de Zé Limeira

Por que elas estão cantando.

O mestre pernambucano

Tanta bondade ele tem

Não nega um dedilhar

No fazer de cada bem

Tem talento de sobra

Muito mais que o além.

Não há como negar

O valor de todas elas

Da produção artística

De Oliveira de Panelas

Da Poesia e da Música

Na pinturas das Aquarelas.

Meu poeta nordestino

Raio de lua e clarão

Oliveira de Panelas

O Pavarotti do Sertão

Irradiando simpatia

Ao pisar forte este chão.

Um fato pleno e modesto

Expresso na consciência

Louvemos a criação

Como faz a penitência

Oliveira de Panelas

No domínio da ciência.

O cabra pensa em tudo

Sabe o que vai fazer

Arrebenta com a crítica

Que só faz agradecer

O nome de Oliveira

Já lhe fez por merecer.

Em cada competição

Se não me foge da memória

Tantas foram as conquistas

Na maior parte da história

Vencer é seu destino

No repente da vitória.

Oliveira de Panelas

Alegra pobre e burguês

O primeiro é sua rima

Encantou o povo francês

Ao sair do auditório

Voltou mais de uma vez.

Tem irmão por todo lado

Conta sua biografia

É assinatura gigante

Com sua caligrafia

Mora cercado na flora

No complexo da poesia.

Deus eterno do universo

Longa vida ao Oliveira

Que nasceu lá em Panelas

Pra essa gente brasileira

Muito saber o Mestre tem

Nesta história verdadeira.

Cada época que vivemos

Um Mestre pra cada escola

Com Oliveira entre Nós

Seu cantar já nos consola

Viva a voz tão nordestina

Navegando na barcarola.

A canção dos navegantes

No sertão ficou gravada

Oliveira de Panelas

Fez aboio na invernada

Cantou pra Frei Damião

Na prece tão esperada.

O som suave lhe convida

É Oliveira que vem chegando

Trazendo dentro do peito

Um Nordeste inteiro cantando

Viva o cantador de NÓS

É Música que vai passando.

Meu grande Oliveira

A Paraíba te adota

Panelas é pura lembrança

O povo te conforta

Faça mais uma graça

Está aberta nossa porta.

Seu instrumento de trabalho

Uma viola ponteada

Desafiando cantadores

Nos caminhos desta estrada

Viva o Mestre Oliveira

Ganhador de mais uma jornada.

Os discos da coleção

Gravados com Oliveira

Trás o selo da vitória

São músicas de primeira

O cantador em cantoria

Dele recebe uma rasteira.

Oliveira de Panelas

Meu artista polivalente

Na viola, na produção

Com vinho ou aguardente

Na tirada de uma letra

Na criação de um repente.

Sua memória é farta

Descende do Pajeú

Barcarola em festa

No Norte ou no Sul

É Oliveira sorrindo

Feito coco babaçu.

O poeta tem razões

Que o sonho lhe arrebenta

Canta feito passarinho

E muito mais ele inventa

Por períodos históricos

Tempestades ele enfrenta.

No desafio e no repente

Haja fôlego ao Pavarotti

Na décima vitoriosa

Dá bom dia ao caçote

A coruja que mora ao lado

Dá um cheiro no cangote.

Cantadores do Brasil

Este nome é uma Lenda

Grave bem este ditado

Por favor não se ofenda

Oliveira de Panelas

Vive feliz com sua renda.

Oliveira fica com Deus

Que aqui eu já contei

Falar de vossa senhoria

Fiz um pouco do que sei

Escrevi por entre as linhas

Que pena já terminei.

F I M

João Pessoa -PB, 25 de fevereiro de 2018.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 18/09/2024
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