CORDEL DO CASTELO
O Bairro do Castelo Branco
Três conjuntos residenciais
Construído no governo de João
Hoje um dos mais populacionais
Tem mercado público
E um posto de policiais.
É Castelo Branco
Bairro de grande valor
Terra de grandes artistas
Na raça e no fervor
Ser castelense é uma honra
Assim o poeta falou.
A Universidade bem próxima
É vizinha de primeira
Os filhos que lá estudam
Possuem uma vida inteira
Sabem da responsabilidade
De possuir uma fala verdadeira.
As escolas do Bairro
Cada uma com sua história
Estudei no Tamandaré
Meu tempo de glória
Hoje vemos alunos
Lutando por sua vitória.
Fenelon Câmara, que saudade
Hoje está no Braz Baracuhy
Não existe escola municipal
Lutemos para construir
Polivalente de minha infância
Mudança de nome sem o povo ouvir.
É Polivalente Presidente Médici
Hoje Escola João Goulart
Fica a saudade guardada
E a lembrança que só faz aumentar
As brincadeiras de pega
Pés de jambo a balançar.
Ônibus que trafegam
Violência que não faz segredo
O tempo de hoje é incerteza
O povo sente um grande medo
A insegurança nacional é visível
E assim segue o meu enredo.
Por aqui já passaram
Tantos que foram embora
Uma distância eterna
Uma lágrima que implora
É Castelo Branco em vida
De quem fica e quem dá o fora.
A saúde do nosso país
É lastima em dó maior
Nosso posto de saúde
Procura dar o melhor
Atende os moradores
Faça chuva, faça sol.
Antigamente as famílias
Iam à praia caminhando
Quem morava no terceiro
Ia logo se acostumando
O segundo mais próximo
E o primeiro se achando.
Os tempos mudaram
É outro momento que vivemos
O mundo passa por uma crise
Disso nós todos sabemos
O viver na sapiência dos fatos
É por aí que perecemos.
Não faço apologia ao passado
Mas requer uma certa reflexão
É que o silêncio de nossas almas
É fagulha viva de emoção
Pensar no prazer de viver
É preencher de sonhos o coração.
O teatro que se fazia
Meus primeiros passos teatrais
O Boca de Forno nas praças
O Mil Maneiras nos quintais
Meninos e meninas brincando
Era bonito os nossos carnavais.
Grupo de jovem, Clube de mães
Fala Castelo em movimento
A arte do nosso Bairro
Na cidade tem o seu assento
Eleições comunitárias
Um acerto, um lamento.
Acerto pela pessoa certa
Que vinha administrar
Começou com Seu Orlando
Um presidente popular
Ergueu uma entidade
E hoje lamento não há.
Associação de Moradores
É patrimônio da população
Por aqui já passaram tantos
Às vezes com agitação
Tem vez quem muda o estágio
O coletivo faz a direção.
Não há como separar
Associação e Castelo Branco
Ambas são íntimas e gêmeas
Como o pé e o tamanco
A luta política é instalada
É ação, é ato aberto e franco.
A AMCAB é esta agremiação
Sobrevivente de tanta tempestade
Sucumbe os restos dos vícios
E busca entender a comunidade
Cada um com suas atitudes
Vivenciando a fala da sociedade.
Abrir as portas para o novo
E hastear a bandeira da vida
É plantando a semente do bem
Pra colhermos nossa guarida
A paz que habita em nós
É um pedaço do chegar e da ida.
Lembranças me chegam
E me vejo no palco comunitário
Exercendo o papel na cultura
Somado ao meu itinerário
Neste ambiente humidade
A humidade se fez salário.
Cada espaço existente
É parte da nossa história
As festas que antes havia
Guardo ludicamente na memória
Os circos, os parques, os embalos
Foi por aí nossa trajetória.
As escolas do bairro
Nos aponta a literatura
A Associação na política
Une o espaço da cultura
O povo por sua vez
Assume sua desenvoltura.
Chego ao final de mais um cordel
Contado em sextilhas literárias
O que não foi comunicado agora
É um ponto das lutas comunitárias
Seja criança, adulto ou velho
Viva nossas faixas etárias.
Obrigado pela leitura
Deste cordel escrito
Pensando no Castelo Branco
Revivi grande conflito
Rabisquei sextilhas rimadas
E findo aqui este meu grito.
F I M
João Pessoa-PB, 10 de setembro de 2017.