O GRITO DO IPIRANGA!

Silva Filho

(em reprise)

 

 

 

Independência ou Morte!

“O GRITO DO IPIRANGA”

Como que tirando a canga

Ou mesmo jugo tão forte.

Grito que marcou a sorte

De quem nasceu nestas plagas

Neste solo, nestas águas

Neste rincão de riquezas

Pátria de tantas proezas

Superando quaisquer mágoas.

 

Independência ou Morte!

Com certeza, grande passo

Dando ao Brasil um espaço

Pra encontrar o seu norte.

Sendo assim um passaporte

Para compor sua história

Num cenário de vitória

Que jamais alguém logrou

Quem assistiu, comprovou

Grande momento de glória.

 

Morte ou Independência!

Qualquer ordem dos fatores

Em Portugal, os Senhores

Já não tinham resistência.

Pondo a mão na consciência

Disseram: Ganhou no grito!

Ninguém viu qualquer agito

Nem um anúncio de guerra

[Que se desmembre essa terra]

Mesmo sem um plebiscito.

 

Desde então – “Ganhar no Grito”

Tomou forma de conquista

Num quadro bem realista

Com tendências pra conflito.

Gritar bem alto - concito

Pois quem não chora não mama

Não há leite, mas derrama

Dos impostos sem retorno

Com um Governo tão morno

Sem planos, sem cronograma.

 

Independência ou Morte?

Morte temos aos milhares

Qual Quilombo dos Palmares

Povo entregue à própria sorte.

Nação que não tem aporte

Mas somente o desengano

No entra ano e sai ano

Esperando por reformas

Que não fiquem só em normas

E que cheguem aos beltranos.

 

Hoje o Brasil inda clama

Por real INDEPENDÊNCIA

Muito mais que evidências

Que o Governo proclama.

Falta superar o drama

Da mais triste exclusão

Gente ao relento – no chão

Multidões sem alimento

Crianças sem um alento

Revivendo a ESCRAVIDÃO.