A Lei Áurea não trouxe a garantia...

Não há mais pelourinho lá na praça,

Mas o sangue africano a rua encarde

Na fogueira do ódio o negro arde

E os carrascos sorriem vendo a

fumaça

Os castigos brutais a nossa raça

Já vem desde a colonização

Quando um preto reage à opressão

Alguém mata com fria covardia

A lei áurea não trouxe a garantia

Que findasse, de fato, a escravidão

A Lei Áurea, meu povo, não socorre

Nosso negro tangido pra favela

Sei que a escravidão deixou sequela

E por motivos banais o negro morre

No Brasil, preconceito ainda corre

Há senzala moderna nessa chão

Lá na fábrica onde um branco é o patrão

Quem é negro trabalha com um vigia

A Leia Áurea não trouxe a garantia

Que findasse, de fato, escravidão

No Brasil vive o negro sem cartaz

Por vontade cruel da raça "pura"

E persiste a simbólica ferradura

Pelourinho, chicote e capataz

Sem tratar nossos negros como iguais

Mente um branco falando em ascensão

Uma negra se queima no fogão

Empregada da classe que judia

A Lei Áurea não trouxe a garantia

Que findasse, de fato, escravidão

Negro ocupa o grupo dos sem-teto

E na miséria profunda se destaca

Do passado grotesco traz inhaca

Certamente se tem algum "exceto"

Não é raro ver negro analfabeto

Mas é raro ver-se um cirurgião

Um reflexo da discriminação

Que a classe opressora sentencia

A Lei Áurea não trouxe a garantia

Que findasse, de fato, escravidão

Vejo o negro penando por aqui

Com a carga pesando no seu lombo

Na cidade moderna há o quilombo

Talvez falte a é voz de outro ZUMBI

E para fazer justiça eu decidi

Escavar procurando informação

Evitando uma vil reprodução

Que acabou-se corrente e tirania

A Lei Áurea não trouxe a garantia

Que findasse, de fato, escravidão

Joacir Rocha

Joacir Professor
Enviado por Joacir Professor em 05/09/2024
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