CORDEL BRASILEIRO
Brasileirinho da gema
Eu sou do velho Nordeste
Nascido na Paraíba
Tento fazer este teste
Organizando esta escrita
Juntando coisa já dita
Rindo do cabra da peste.
Iniciando esta fala
Na defesa do cordel
Ele é nato, é brasileiro
Formando imenso painel
O Brasil está ganhando
O cordelista criando
A fama de menestrel.
Defendo a literatura
Abençoando o cordel
Mora no meu coração
Sem pagar o aluguel
Deus permita que eu faça
A defesa sem trapaça
Valorizando o anel.
Sou defensor do cordel
Nunca quis ser o primeiro
Professora Manuela
Disparou tiro certeiro
Empregou a sua prática
E usou bem sua tática
Sobre o cordel brasileiro.
Cordel é conhecimento
Gravado no inconsciente
Professora Manuela
Como mestra inteligente
Cunhou a frase de efeito
Para marcar nosso pleito
E a cultura da gente.
Viva o CORDEL BRASILEIRO
Vamos todos construir
A boa literatura
Que ninguém vai destruir
Por onde passa o cordel
Estrelas brilham no céu
E o povo a aplaudir.
Na ponta do meu pião
Danço e canto sem parar
Este Cordel Brasileiro
Veio mesmo pra ficar
Quem quiser ter ele agora
Por favor não vá embora
Leia o que vou cantar.
E agora meus senhores
O Cordel é nacional
É do Brasil para o mundo
Burilemos o cristal
Tem histórias das antigas
Entre abraços e brigas
Fala do bem e do mal.
A professora gostou
Da sua frase homenagem
O cordel bem brasileiro
Ficou de boa imagem
Essa humilde brochura
Que é do povo a leitura
Se veste com outra roupagem.
A questão é levantada:
- Onde ele foi criado?
Eu reafirmo aqui
E sendo bem respaldado
Ele é brasileiro, sim
Tem o bom e tem o ruim
Mas sempre admirado.
Esse Cordel Brasileiro
É tema que prevalece
O folhetim nacional
O Brasil bem que merece
Nordeste dando lições
Atingindo corações
Farto campo lhe oferece.
Estive em Campina Grande
E provei a existência
Deste Cordel Brasileiro
Com a sua competência
Trazendo a informação
Para todo cidadão
Com poesia e ciência.
A professora empossada
Por nome de Rosilene
Merece nossos aplausos
Não há ninguém que condene
Com a mestra Manuela
Botando o cordel em tela
Numa atitude solene.
Gorrión é produtor
Além de bom cordelista
Viva o Cordel Brasileiro
Ele é um ativista
Gorrión tem editora
Uma grande produtora
Que se torna populista.
Este Cordel Brasileiro
É de grande simpatia
Gorrion fez edição
E Manu com alegria
O Leandro apresentou
Um mestre que nos mostrou
Os fatos da poesia.
Leandro é pesquisador
Defende o nosso cordel
Eu aqui faço o que posso
Transformando sal em mel
Sei que Manu ta feliz
Gorrion mesmo quem diz:
Não fracassa esse plantel.
O tradicional cordel
Tem nova nomenclatura
Escrito por quem entende
Para a geração futura
O cordel é brasileiro
Mesmo não sendo primeiro
Se afinou sua textura.
Quando publicar cordel
Bote: “Cordel brasileiro”
Sendo essa nossa marca
No Brasil e mundo inteiro
É profundo e redundante
Mas também muito marcante
Gorrión é o primeiro.
O poeta cordelista
Querendo ser verdadeiro
Tem orgulho de assumir
Este “Cordel Brasileiro”
Fazendo a divulgação
Com sua publicação
Demarcando seu terreiro.
O cordel é nossa história
Já diz o velho Sinfrônio
O Nordeste com o folheto
Em perfeito matrimônio
É um casal que se entende
Um ao outro compreende
Não divide o patrimônio.
Manuela deu o mote
Bento logo aproveitou
Em viagem a Guarabira
Pádua logo conquistou
Ideia da “Bom Jesus”
A gráfica que nos conduz
Leandro então me contou.
Mas não tem nada de novo
A nossa iniciativa
A Gráfica El Gorrión
Faz ação que nos cativa
Todo cordel que ela lança
Bota a frase e afiança
A brasilidade ativa.
Da nossa universidade
Nos veio este presente
Uma luta nordestina
O cordel que é da gente
Ele é bem brasileiro
Louvado no mundo inteiro
Feito cana de aguardente.
Nosso professor Leandro
Tem a tese publicada
Defende nosso cordel
Asserção nordestinada
Argumento que chancela
Ser esta arte singela
Por nossa gente talhada.
Agora é só rodar
Este Cordel Brasileiro
Mostrar para o Brasil
Que o Nordeste é o primeiro
A manejar poesia
Com esta verve e grafia
Com este tom e este cheiro.
Nosso Cordel Brasileiro
Tem sua simbologia
Carrega no inconsciente
Toda nossa autonomia
E nesse DNA
Transporta o céu e mar
Com humor e alegria.
Tem poeta relutante
Que defende outro tema
Dentro dessa liberdade
De pensar sem mais problema
Poesia nordestina
Não começa nem termina
Em fantasia suprema.
Só peço botar na capa
Que é CORDEL BRASILEIRO
Uma legenda, um mote
A marcar nosso roteiro
Como bardo genuíno
Badalando nosso sino
Espalhando nosso cheiro.
Como humilde praticante
Dessa manifestação
Bento Júnior agasalha
O amor à tradição
Guardando a sete chaves
Os segredos dessas naves
Que voam pelo sertão.
Numa aeronave doida
Viaja Fábio Mozart
O Estado da Paraíba
Uma é ver outra é contar
Essa herança portuguesa
Melhorou, tenho certeza
Esmerou o seu cantar
Quando se nordestinou
E bordou a poesia
Com o signo do sol
Do amor e da alegria
O cordel é brasileiro
Mas o Nordeste é primeiro
Que lhe deu a primazia.
Boa sorte a todos nós
Essência da tradição
Nessa nossa caminhada
Transfixando a emoção
Olhando para o futuro
Jazendo por trás do muro
Remexendo o caldeirão.
FIM
João Pessoa-PB, 20 de abril de 2019.