Menina de feira
Dentre as lembranças juvenis
uma marcou minha memória
Aos domingos na madrugada
começava nossa trajetória
minha mãe preparava o café
pegava a cesta e dava no pé
Escuta só a minha história:
Filha de pais muito humildes
bem cedo aprendi a trabalhar
ajudava minha mãe na feira
até os bolos ajudava preparar
depois de tudo bem organizado
com os quitutes tudo embalado
dormia cedo para cedo acordar
De manhã ao chegar na feira
Montávamos uma linda mesa
Tinha bolo de fubá e de puba
de macaxeira e até sobremesa
o cafezinho era o mais procurado
o camponês tinha sono, coitado
madrugar no inverno é dureza!
Meu pai junto nos acompanhava
ele trabalhava com mantimentos
dentro da feira vendia biscoitos
feijão, farinha e condimentos
a renda pouca, dava para viver
o segredo da benção é agradecer
daquela feira tiravam o sustento
Quando trabalha na feira
mesmo pobre tem fartura
ali tem de tudo um pouco
frutas, legumes e verdura
andar na feira é uma tradição
lá passa do gari ao capitão
a feira é diversidade e cultura
Venha você passear também
valorizar o ganho do povão
comer, comprar e conversar
em cada esquina, uma tentação
tem caldo de cana e pastelzinho
beiju de carne, feito com carinho
por lá encontra alguma diversão!
No Nordeste a feira é riqueza
um lindo patrimônio a preservar
há cultura ancestral em toda parte
pessoas amigas, simpatia sem par
lugar de encontros, de convivência
de simplicidade e de experiência
A feira livre é riqueza popular.