A HISTÓRIA DO CAMALEÃO

Eu agora vou contar

O que mamãe me contou

Gravei de todo jeito

Na fita de um gravador

Depois repassei ela

Pra dentro do computador.

Eu não sei se você sabe

História de assombração

É quase igual a esta

Que flui com precisão

Deixa o cabra esperando

Em qualquer ocasião.

Camaleão é o nome

E agora eu vou contar

Obrigado querida mãe

Pelo prazer de explicar

Quando ela contava esta

Não era pra assombrar.

Mas a meninada é fogo

E tudo bota um medo

Minha mãe conta história

De aventura e segredo

Vou tentar me dedicar

Por inteiro ao enredo.

Certo dia um Camaleão

Que morava escondido

Debaixo de um lajedo

E tinha mesmo admitido

Se transformar em príncipe

Para um amor tão prometido.

O Camaleão era encantado

Morava assim tão distante

Quem visse o Camaleão

Lhe queria como amante

Vamos saber mais tarde

Por favor siga adiante.

“Camaleão foi se casar

Com a filha do capitão

Mas quando chegou na igreja

A calça caiu no chão”

Chora pelo fracasso

Meu querido Camaleão.

Esta música é do tempo

Que se diz de “Antigamente”

Uma letra bem engraçada

Cantada por muita gente

Coloquei esta lembrança

Pra assustar o meu Repente.

Camaleão tão assustado

Se escondeu e ninguém viu

Quem passou nada sabia

E quem sabia escapuliu

Camaleão tão atiçado

Foi manchete no Brasil.

Oh! Camaleão encantado

Sai logo deste lugar

Se transforma em príncipe

E com a moça vai se casar

Deixa de fazer rodeio

Pra este povo a te esperar.

Sai da toca Camaleão

Que a noiva aqui chegou

Trouxe lindas flores

E você não esperou

Veja o que você perdeu

Acho que ela te conquistou.

Minha mãe é muito esperta

Só deixava para depois

Tudo sobre o Camaleão

E ficava ali nós dois

Eu e Dona Vitória

Comendo feijão com arroz.

Era cada tipo de história

Que a mamãe me contava

De tudo um pouco sabia

E uma nova se esperava

Minha mãe e seu mistério

Um drama sempre deixava.

A moça ficou tão triste

Quando nada encontrou

Chegando naquele lajedo

Ela somente respirou

Lágrimas caindo ao vento

Não resistiu e chorou.

O Camaleão tão encantado

Ele de tudo sabia

Ficava olhando o tempo

De vez em quando ele sorria

Na hora do acolhimento

Ele tão bem conhecia.

Camaleão deu um cochilo

E ali mesmo se escondeu

Teve tanto sonho triste

Que logo adormeceu

Sonhou que era um príncipe

E numa luta ele morreu.

Quando ele se acordou

Parecia muito cansado

Deu uma grande abertura

Como estivesse zangado

Abriu seus lindos olhos

Depois de ter se espreguiçado.

Foi um sonho agoniado

Este do Camaleão

No outro dia se acordou

E abriu o seu bocão

Olhou naquele reino

E fez a sua confirmação.

Camaleão é tão amigo

Que não mexe com ninguém

Quem passa junto dele

Só recebe dele o bem

Camaleão cuida do mato

Deve ter vindo do além.

Preste atenção Camaleão

Em tudo que estou contando

Se eu estiver mentindo

Pode logo ir consertando

Eu sei que você me ouve

E fica só de mim mangando.

Não estou aqui te vendo

O que foi que aconteceu?

Por que não estás aqui

Será mesmo que morreu?

O sonho também que tive

Ele num piscar desapareceu.

Camaleão vou-me embora

Depois aqui eu chego

Quero te encontrar

Num enorme aconchego

Deixando aquela moça

Fazer contigo chamego.

Quem sabe se o Camaleão

Se acorda bem ligeiro

Dar um grito forte

De espantar brejeiro

Vai contaminar a mata

Neste canto certeiro.

Minha mãe tinha contado

E novamente ela contou

Tudo sobre o Camaleão

E como tudo terminou

Vamos mais adiante

E ver tudo como ficou.

O Camaleão foi gente

Um príncipe encantado

Que casou e teve filho

Um homem apaixonado

Morador de um palácio

Pela população tão amado.

Camaleão é gente fina

E gosta de mudar de cor

Por onde ele passa

Vai deixando seu amor

O verde e o amarelo

Desta pintura ele gostou.

Viva o nosso Camaleão

A minha mãe gosta do conto

Ela sabe de cada uma

Que acabo ficando tonto

Eu fico só lhe ouvindo

No papel tudo eu monto.

Eu fico aqui imaginando

Como era o Camaleão

Transformando em príncipe

Com toda aquela decisão

De casar com a bela moça

E tirar dele a maldição.

Naquele lugar encantado

O Camaleão ali viveu

Só coisas do mato

Ele somente comeu

Depois com o tempo saiu

E sua amada conheceu.

Estava se aproximando

O dia do descobrimento

A mulher fazendo folia

Soltou o seu contentamento

Chegando perto da pedra

Pensou logo em casamento.

Daquele enorme lajedo

Brotava o príncipe Antônio

Filho de um grande Rei

Que se chamava Possidônio

A moça tão linda esperava

Com ele seu matrimônio.

Houve ali tanto forró

Que muito tempo durou

O Camaleão só fez dançar

Com aquele grande amor

O povo de todo Reino

Daquele baile gostou.

Foi a festa mais arretada

Que até hoje se tem notícia

O lindo príncipe Antônio

Com a linda moça Letícia

Eu penso até ser verdade

Esta trama que é fictícia.

Peço a todos, compreensão

Pra essa história terminar

O Camaleão que eu falei

Se tem mais pra se falar

Minha mãe me deu resposta

Depois eu saio pra contar.

FIM

João Pessoa-PB, 03 de agosto de 2010.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 23/08/2024
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