CORDEL DOS ANIMAIS

Agora preste atenção

Ao que tenho pra falar

A raposa no poder

Arranha e quer ganhar

A hora está quase chegando

Vamos logo se preparando

Venha logo perguntar.

Bateram com muita força

Brigaram sem ter razão

Raposa ficou nervosa

Beliscaram o faizão

Bulinaram a coruja

Aquela que é dita cuja

Pra botar fé no alazão.

Cachorro bonachão

Casa, comida e dinheiro

Cassa assim seu opositor

Como dívida de dinheiro

Capacitado amigo eleitor

Vote no gato sedutor

Compre seu voto primeiro.

Admiro muito este povo

Batendo lata no poder

Comendo tudo de rato

Deixando o resto lamber

Enquanto houver partido

Animais serão divididos

Foi-se o mal sobreviver.

Antes que seja tarde

Beba o vinho do altar

Coma a hóstia sagrada

Deixe o tempo passar

Espere o pavão que é rico

Dono de casa e de burrico

Faça a oração do ficar.

Gaste seu tempo livre

Hasteando a bandeira nacional

Ignore as palavras sagradas

Jogue tudo que for mal

Liberte seu pensamento

Animais vivem do vento

Misturando açúcar com sal.

Não queira ser o gato

Ordinário sacerdote

Gatos desta maneira

Querem um santo forte

Rezam e não se entendem

Tão pouco compreendem

São piores que caçote.

Todo pecado tem o preço

Uns maiores, outros não

Valor cada um tem

Xadrez para o gato ladrão

Zele pela fé alheia

Não reze pra levar peia

Zombe da ingratidão.

A raposa é gente fina

É forte nas entrelinhas

É como trem passando

Arrombando suas linhas

Faça como gavião

Que só gosta de avião

Que comia suas galinhas.

Montado no galinheiro

O gavião já sabia

Porque era que ele

Nunca quis e nem queria

Pra ser feliz nessa vida

É só tratar bem a ferida

E não viver na agonia.

Acho que chego ao fim

Diz aquele galo rei

Atira a primeira letra

E fala que nunca errei

Antes que seja tarde

Não sou de fazer alarde

Eu já falo que te amei.

Bem empregado foi

Bateram no menino

Brigaram com o mundo

Botaram vinho no sino

Bicho de pouca cabeça

No pensar que apeteça

Bebe água sem destino.

Cada conto do escritor

Carece de apreciação

Coisa que é comum

Casa com decepção

Animais capacitados

Ratos desembestados

Comparado a ilusão.

Agora vai começar

Bom cordel do ABC

Com as letras do alfabeto

Deus fez por merecer

Entregou inspiração

Fatiando meu coração

Gostem do que posso fazer.

Raposa é a maioria

Inveja não cabe não

Joguem flores no tempo

Galo sente emoção

Galinha a sua irmã

Moderna feito satã

Nunca teve educação.

Olhe bem do seu lado

Para ver o mundo melhor

Quando alguém reclama

Rouba o nosso suor

Saiba que nosso cordel

Tem força de menestrel

Une tudo numa maior.

O gato moderno diz:

- Xote e baião dancei

Zé Gonzaga cantou

Y é letra que não sei

Wats da luz é clone

Aonde não houver fome

Bata que já cansei.

Candidato bonachão

Casa, comida e dinheiro

Cassa assim seu opositor

Como dívida de dinheiro

Capacitado amigo eleitor

Compre seu voto primeiro.

Admiro muito este povo

Batendo lata no poder

Comendo tudo de rato

Deixando o resto lamber

Enquanto houver partido

Foi-se o mal sobreviver.

Antes que seja tarde

Beba o vinho do altar

Coma a hóstia sagrada

Deixe o tempo passar

Espere o padre corrupto

Faça a oração do ficar.

Gaste seu tempo livre

Hasteando a bandeira nacional

Ignore as palavras sagradas

Jogue tudo que for mal

Liberte seu pensamento

Misture açúcar com sal.

Não queira ser o padre

Ordinário sacerdote

Padres desta maneira

Querem um santo forte

Rezam e não se entendem

São piores que caçote.

Todo pecado tem o preço

Uns maiores, outros não

Valor cada um tem

Xadrez para o padre ladrão

Zele pela fé alheia

Zombe da ingratidão.

O Abc brasileiro

É forte nas entrelinhas

É como trem passando

Arrombando suas linhas

Faça como Mané

Que comia suas galinhas.

Montado no galinheiro

Mané não entendia

Porque era que ele

Nunca quis e nem queria

Ser feliz na vida

E não viver na agonia.

Acho que chego ao fim

Agora que comecei

Atiro a primeira letra

Aquele que lá deixei

Antes que seja tarde

Assuma se te amei.

Bem empregado foi

Bateram no menino

Brigaram com o mundo

Botaram vinho no sino

Bicho de pouca cabeça

Bebe água sem destino.

Cada conto do escritor

Carece de apreciação

Coisa que é comum

Casa com decepção

Capacitado o homem

Comparado a ilusão.

Antes que minhas mãos

Algemadas puderem falar

Eu vou dizer o que penso

E o poder vai me aguentar

É dessa política nojenta

Que agora vou começar.

Basta uma pessoa ser contra

Que contra ele o poder vem

Não há liberdade de expressão

Democracia aqui não tem

Acho até que este cordel

Vão mandar para o além.

Cada político que nós temos

Dar vergonha no brasileiro

Não pela fala equivocada

Parecendo até estrangeiro

E sim pela safadeza

De nunca ser verdadeiro.

Deus do céu me perdoe

Se falo assim dessa maneira

Mas o político que nós temos

Fica no poder a vida inteira

Não abre espaço ao outro

E quando abre dá-lhe rasteira.

Estou confuso sem saber

Se voto ou se pago uma multa

Esta indecisão é de todos

Que pensam numa conduta

Melhor seria se o povo

Pensasse em ir a luta.

Fazendo uma revolução

Com seu voto valorizado

Deixar aquele político

Um tanto desmoralizado

Porque ninguém votou nele

Preferiu pelo poder ser multado.

Gatunos subindo paredes

São alguns políticos do Brasil

Botam dinheiro no bolso

Aí a verba diz que sumiu

Que trabalhou pelo povo

E muita obra construiu.

Homens honestos na política

Tomam veneno da roubalheira

Se vendem por cargos públicos

E vivem uma vida bandoleira

São poucos o que pensam

Mudar a situação brasileira.

Imagine meu caro leitor

Está na cara o nepotismo

A família mandando na política

E fazendo malabarismo

Utiliza partido sem voto

Para ter voto de populismo.

Jovens do meu País

Pensem no que está lendo

Façam justiça com o voto

Nunca vá se vendendo

O futuro da nação é da gente

E o que está acontecendo?

Karaokê de músicas horríveis

Seleção da politicagem

Cada música que se ouve

É pura malandragem

O povo ouvindo o resto

Desta pura sacanagem.

Leis são aprovadas

E descumpridas pelo poder

Servem à classe privilegiada

E o povo no “vamos ver”

Ao político da corporação

A lei é seu ato sobreviver.

Muito nos entristece

Conviver com este absurdo

Político que prefere

Querer ser dono de tudo

E ainda por desaforo

Aborda que é sortudo.

Não são todos os políticos

Que usam a sede do poder

Mas são poucos os que

Administram com saber

Preferem acordos nojentos

Só para lhe satisfazer.

Olhem bem a cara dele

E faça um questionamento

A ruindade está estampada

É só chegar o momento

Pegar uma mala de dinheiro

E correr no estacionamento?

Partidos são criados

Com pouca finalidade

Ajudam políticos corruptos

E comem a sua metade

É um jogo de interesses

De pura mediocridade.

Quando chega uma eleição

O tribunal se desespera

É tanto candidato na urna

Que ao perder vira uma fera

De dois em dois anos

O que é ruim nos espera.

Reparem bem o que digo

Neste puro desabafo

Desde que eu nasci

Que ouço este embaraço

Que o político vai mudar

Mas só vejo é fracasso.

Sendo assim minha gente

Parece que é uma afirmação

Que somos um povo sem jeito

E já nascemos na corrupção

Espero o inverso da coisa

Se não vou morrer do coração.

Tipos de políticos escrotos

Chegam na fala mansa do engano

Dão beijos em crianças doentes

E chamam ladrões de seu “mano”

Meu caro povo brasileiro

Você é mais que soberano.

Um dia na vida quem sabe

Um mundo possa ser melhor

Com políticos honestos

Ganhando com o valor do seu suor

Trabalhando com a educação

Que é o nosso pôr do sol.

Viajando pelo Nordeste

A história sempre é mostrada

O desprezo com a cidade

Da política administrada

A verba tão alta que ganham

Não consegue ser implantada.

Washington é a capital

Do país imperialista

É aí que o político

Se sente capitalista

Gasta dinheiro com força

Se dizendo socialista.

Xote, baião e xaxado

Maracatu, jongo e ciranda

Não valorizam a cultura

E prefere este tipo de banda

Para animar as festas do dinheiro

E vive isolado na propaganda.

Yoga tem que fazer

Quem pensa para esquecer

Uma política sem controle

O nervo começa ferver

É tão difícil meus senhores

Ver um político ruim morrer.

Zero é a média botada

No poder de qualquer criação

Respeitar os teus impostos

E fazer crescer a ração

Animal também é povo

No poder que não é novo

Raposas querem educação.

FIM

João Pessoa-PB, 25 de março de 2018.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 21/08/2024
Reeditado em 21/08/2024
Código do texto: T8133522
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