SUJEITO SEM NOME
Vou contar uma história
Que narra sobre o poder
O poder da força bruta
Que fez o povo sofrer
Nas mãos da malvadeza
Só há um nome: perder.
Perde-se muito na vida
E não há explicação
Uns ganham com o suor
Outros pela tentação
Aqui tudo se paga
Mesmo se tendo perdão.
Na vida que foi curta
Lhe chamaram de bocó
Outros mais atrevidos
Lhe tinham como socó
Porém, nesta batalha
Não passava de um mocó.
Um sujeito maligno
Não havia nele valor
Viveu só para o mal
E muita gente matou
Foi mais que procurado
Porque muito ele aprontou.
Ele se vestia de branco
Namorando serpente
Percebendo uma donzela
Ficava bem contente
Olhando a formosura
Se fingia de demente.
A demência do sujeito
Causava sofrimento
Matava a pobre moça
E deixava no convento
Muitas ficaram podres
Na cidade do tormento.
A cidade vivia triste
Era igual a cemitério
Ele causou muito terror
E foi grande o adultério
Casais se separaram
Neste lugar de mistério.
As donzelas quando mortas
Lhe arrancavam o coração
Atiravam para os cães
Que terrível judiação
Pelas mãos do sujeito
Em nome da devoção.
O povo desta cidade
Vivia só dos perigos
O dia passava logo
E a noite eram castigos
As moças tinham medo
Ficavam em seus abrigos.
O sujeito matador
Tinha no dedo um anel
Brilhava como luzes
Como fosse coronel
Mas era tudo tapeação
Quem diz isso é o cordel.
Ele foi um bocó, eu sei
Mas isto não é o caso
Se foi mocó ou socó
Tudo não passou de atraso
O apelido instigava
A viver sempre no arraso.
A filha de um major
Conhecida do lugar
Morreu estando noiva
Quando ia se casar
O sujeito lhe pegou
Não faz bem ninguém contar.
FIM
João Pessoa-PB, 08 de agosto de 2008.