A renúncia do Vereador
Numa cidade do Nordeste
Morava um cidadão,
Honesto e trabalhador
E de boa formação,
Sujeito bem conhecido
Por toda população.
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Falava com todo mundo
E gostava de brincar,
Quando podia ajudava
E andava de bar em bar,
Pois gostava das resenhas
Mas só tomava guaraná.
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Devido sua popularidade
Um dia se candidatou,
E com muita facilidade
Ganhou pra vereador,
Porem daí em diante
Sua rotina mudou.
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Todo dia em sua casa
Tinha gente no Portão,
Pedindo pra pagar conta de luz
E até dívida de cartão,
O povo pedia muito
Era uma confusão.
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O seu carro não parava
Levando gente pro hospital,
Gestante pra dar à luz
E até casos funeral,
Ele não tinha sossego
Mas achava tudo normal.
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Certo dia foi a praia
Pensando em relaxar,
Mal tinha entrado na água
Viu uns caras acenar,
Dizendo: Queremos cerveja
E o senhor vai pagar.
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Ele deu algum dinheiro
E saiu para almoçar,
Ficou no lugar secreto
Pra ninguém lhe perturbar,
Sem saber que o garçom
Também ia lhe ferrar.
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Ele estava almoçando
Mas na hora de pagar,
O garçom trouxe uma receita
Dizendo: Não posso comprar
Soube que o senhor é bom
E com certeza vai me dar.
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Ele botou a mão no bolso
E não tinha mais um tostão,
Perguntou aceita pix?
O garçom disse: Não,
Mas amanhã logo cedo!
Estarei no seu portão.
A noite foi a igreja
E também foi interrompido,
Gente esperando na porta
Ele disse estou perdido,
O que será que eu fiz?
Pra merecer esse castigo.
Gastava todo salário
E ainda era criticado,
Mudou-se para um sitio
Para viver isolado,
Mas quando ia a cidade
Era sempre abordado.
Ele conversou com a esposa
Que muito lhe aconselhou,
Dizendo deixe essa vida
Vamos ser feliz meu amor,
E pra viver sossegado
Seu mandato renunciou.