MARTELO ALAGOANO, Minha Terra

Poetizo com gosto a minha terra

Que é chamada de terra do Barão,

Situada no ventre do sertão,

Encravada no vale de uma serra,

Foi por Deus, escultor que jamais erra,

Lapidada com modo soberano;

Essa terra é de fato e sem engano

A maior obra prima já criada,

Dessa forma eu descrevo a terra amada

Nos dez pés do martelo alagoano

Deus do céu, criador que jamais erra

E me fez escritor de poesia

Rabiscou com leveza e certo dia

Desenhou e pintou a minha terra:

O tom verde botou na bela serra,

O amarelo, no sol cotidiano;

Do dourado botou tom mediano

Pra tingir com glamour a bela lua

Que ilumina a matriz, a praça e a rua

Nos dez pés do martelo alagoano

Deus pegou com leveza no pincel

E pintou belas curvas nas montanhas,

Logo após ele fez as tais façanhas

De pintar todo o céu de azul pastel,

Nas mangueiras daqui colocou mel,

O riacho Ele fez como um cigano

Pra cruzar os grotões, o meio urbano

E a caatinga que é forte e majestosa.

Eu falei dessa terra preciosa

Nos dez pés do martelo alagoano.

Deus usou seu dom belo de criar

E criou por aqui os cajueiros,

Na caatinga plantou uns juazeiros

E imbuzeiros botou nesse lugar,

Todo ipê Ele fez para brilhar

Na florada do seu cotidiano,

Um inverno Ele manda a cada ano

Para o povo plantar feijão na serra,

Foi assim que Deus fez a minha terra

Nos dez pés do martelo alagoano.