BICOIA E A DONZELA ARLINDA NÚMERO UM
Meu caro leitor se aproveite
O que tenho de preparo
Se digo o que não falo
Por favor queira e aceite
O meu açúcar com azeite
É a minha gastronomia
E se respondo que não fico
É porque o tico-tico
Não precisa de homeopatia
E nem tampouco garantia.
No tempo áureo do meu avô
Lá pras bandas de Veneza
Engenho de rara boniteza
Queiram ouvir, por favor
Isso que Zé Pimentel me contou
Um velho beirando os oitenta
Com uma de vinte foi morar
E não é que aquele lugar
Hoje toda donzela lamenta
Pelo gozar que nos contenta.
Quero agora sem dar mancada
Tecer comentários de Arlinda
Moça bela, charmosa e linda
Estudante da cidade e educada
Que mereceu ser muito amada
Olhos azuis da cor do céu
Boca carnuda e corpo escultural
Beleza nunca vista outra igual
Corria pelo seu ventre o mel
Mas tinha como pai um tal coronel.
Sua mãe Analice, uma exímia fofoqueira
Não tinha palavra de conforto
Desde que seu pai se deu por morto
Com uma estupenda faladeira
Vivia a fofocar até de uma parteira
Que fez o parto em giratória
E no sobrado de vestido novo
Tome a fofocar da vida do povo
Só sei que pra aliviar a memória
Analice era do tempo da palmatória.
Bicóia com tantos anos nas costas
Foi logo de Arlinda gostar
Com essa idade vivia a trabalhar
E num belo dia diante das apostas
Apostou tudo e caiu nas bostas
No cercado dos cavalos da fazenda
Se lambuzou e meteu a cara na lama
Quando acordou estava na cama
Pela jovem do senhor em oferenda
Levando cheiro em plena tenda.
Bicóia tinha terra herdada
Mas perdera o número exato
Dono de uma granja de pato
Uma vila de casa instalada
E um moinho de café na morada
Nem era doce, nem era sal
Vivia sozinho e rezava em nome da fé
Devoto do santo senhor São José
Freqüentava igreja e cantava no coral
E nunca na vida fora num hospital.
Arlinda quando pequenina
Era o xodó do velho Bicóia
A criança era mesmo uma jóia
Se tornaria uma linda menina
Que o olhar nos contamina
Mas não recebera dos pais a bênção
E foi se criando sem o discernimento
Deixando na família o constrangimento
De ver a filha naquela situação
Falada e sem a menor consideração.
O coronel senhor Lemos Matias
Pai de Arlinda e de Bicóia adversário
De vez em quando era comentário
Que venderia o engenho em fatias
E ficava lá as suas velhas tias
Levariam consigo a filha cortejada
Nunca mais ao engenho voltariam
Se voltassem eles, na certa, sofreriam
Tudo pela quebra da palavra adotada
E explodiriam um tento feito trovoada.
Mas Bicóia sabendo de tudo um pouco
Convence Arlinda com ele se casar
No casamento ninguém foi esperar
Matias igual a um tremendo louco
Quis assustar e dá um grande troco
Mas a santa madre igreja fez o casório
Analice cheia de miudezas fofocou
E o povo do lugar logo gostou
Deu a festa e mandou ao sanatório
O pai que hoje vive no purgatório.
Foi uma farra sem definição
A família de Bicóia nem apareceu
Todo mundo dele já escafedeu
De Arlinda só a mãe na fofocação
Chorava e soluçava de emoção
O bolo era enfeitado e delicioso
Sobrou porém, mais da metade
E pra dizer com sinceridade
Arlinda chamava o velho de gostoso
E de físico o bicho era vistoso.
Bicóia nunca casou por opção
E quando resolveu saiu ganhando
É que todos esses anos sonhando
Um dia a caça chegou sem permissão
E chegando ele fez das tripas coração
Lutou e se embrenhou em desalinho
Mesmo tendo de Arlinda o amor
Vivia nos ares como um condor
Assim o velho novo como um passarinho
Se sentia importante naquele cantinho.
O coronel que já tinha morrido
Por desgosto do amor da filha
Deixou pra ela uma casa na ilha
E sua mãe de sentimento perdido
Deixou o chão seco e estremecido
Quando a venda do engenho anunciou
Foi o maior desmantelo que aconteceu
Bicóia com procuração perdeu
E o engenho vendido pra um senhor
Um tal de Ascendino que logo adotou.
Major Ascendino quis expulsar
Toda irregularidade da terra
Todo morador foi pra serra
Buscar um abrigo pra habitar
E não sabia que iria enfrentar
Uma luta cruel e sangrenta
Onde houve mortes e revoltas
Um capanga de pernas tortas
Pegou espingarda que arrebenta
Isso tudo na década de quarenta.
O Engenho Veneza foi palco
De muita batalha judicial
A venda escrita no mural
Deixava Bicóia mais fraco
Era preciso bola no taco
Como no jogo de sinuca
Um perde e outro ganha
Dois se anulam, um arranha
Ascendino quis desviar a cuca
Esquentando do pessoal a nuca.
Bicóia com Arlinda distante
Pensou em comprar o engenho
Mas dizia: “Dinheiro não tenho”
E Analice cada vez mais pedante
No trato com a filha era arrogante
Muito dinheiro depositado
Morava na capital e tinha palacete
E aí comprou um uma mansão no Catete
Cada vez mais rica e com um cu pelado
Juntou-se e o dinheiro dela foi administrado.
Na grande cidade Dona Analice
Vestindo seda e representando riqueza
Entregava a nossa querida Veneza
Nas mãos de tanta tolice
E quem foi que disse
Que Bicóia se conformava?
Se enganaram, ele chegava esperto
Vindo de turismo pelo deserto
De garra de Arlinda anunciava
- “Será que o banco financiava?”
Bicóia muito saliente
Com Arlinda fez um plano
Mesmo entrando no cano
Se livrou e bebeu aguardente
O bicho usava demais a mente
E não queria provar dissabor
Porém, na costela deste ser
Todo mundo chamava pra ver
Se provasse era um horror
Na sombra dele, sim senhor.
Meu amigo a coisa expirou quente
Sem que ninguém tomasse conta
O major Ascendino só apronta
Quando quase que de repente
Por meio de um sol caliente
O Engenho Veneza todo em chama
Bicóia com muita raiva explode
A caldeira e com ele polícia não pode
Até a pobre coitada da cobra reclama
Pulou fora e enjoou de tanta grama.
Bicóia tinha fuzil e punhal
Armado do peito até o gogó
Gritava de fazer grande dó
Enquanto Arlinda passando mal
Também brigava com o pessoal
Foi uma noite de sangue derramado
Gemidos de grande distância
Que a família toda de Constância
Foi embora com os troços montado
Não houve mortes só povo quebrado.
O Engenho Veneza era quentura
O fornalheiro pegou Chá Preto e voou
O mel ainda quente esborrou
A cana de açúcar uma doçura
Caldo doce no tempo da tanajura
E assim o engenho sobreviveu
Bicóia com Arlinda se apossaram
Aquelas pessoas do passado gostaram
O major pressionado desapareceu
Muito lhe custou, mas barato vendeu.
A senhora Arlinda como era chamada
Madame de preceitos de primeira
Numa noite deu uma caganeira
E logo tão logo foi avisada
Que estava toda emprenhada
Um filho pra animar o casal
E era macho, bonito e sortudo
Um menino forte e peludo
Nasceu pelo santo sinal
Herdeiro número um de todo sisal.
Arlinda corpo de princesa
Cada vez mais amando Bicóia
E este um dia cheio de nóia
Sentiu desejo nesta peleja
Se era pai não tinha certeza
E Arlinda dava-lhe beijos
E ele em silêncio na perspectiva
Tinha vida sexual bastante ativa
E continuou somando os desfechos
Do passado mórbido e dos lampejos.
O filho deles logo nasceu
Lemos Matias Soares Neto
Uma homenagem com afeto
Ao avô que já faleceu
E sua avó nem notícia deu
Para a tristeza geral
Pensativos todos ficaram
Bicóia e amigos reclamaram
Analice fulana de tal
Era cretina e muito mal.
Veneza foi terreiro do menino
Na infância sã e sadia
O troféu da parteira Maria
Crescia forte e de bom tino
Aprendera da igreja tocar o sino
Um religioso de marca maior
Inteligente e bom montador
Corre campo e desbravador
Cidadão educado, gostava de forró
Quando pequeno já era o melhor.
Neto já se vendo homem feito
Seu pai já beirando o leito da morte
Teve que partir e ir ao Norte
Pois se formara em Direito
E apesar do bom conceito
Não queria nada de graça
Tudo pela competência adquirida
E assim de imediato fez saída
Se despediu com grande massa
E venceu na profissão com muita raça.
Bicóia usando apenas o natural
Saiu da cama com mais de cem anos
E apesar da idade fazia planos
Queria um outro filho normal
Já que Neto foi cesáreo, e como sinal
Arlinda toda sorridente concordava
Talvez uma filha, um ser bem vindo
E foram os dois pro ato tinindo
E não é que Arlinda já amamentava
Uma criatura que muito admirava.
O velho Bicóia tinha sangue de barata
Não morria e cada vez mais folgado
Às vezes se sentia um pouco assexuado
Com frases de paixão e nos dentes prata
Ainda chamava Arlinda de ingrata
Porque com ele não queria no momento
Causa de dois rebentos nascidos
E pelos moradores tão queridos
E o velho era mesmo um tormento
Dava duas e Arlinda em sofrimento.
Numa noite de lua cheia
Estando na sala todo falante
Arlinda o convida pro Galante
E Bicóia de bola pra lá de cheia
Convidou o amigo Chico Correia
E no São João foram forrozar
Arlinda, Mariana no trem do forró
Bicóia soltava peido pelo feofó
E no fole da sanfona quis tocar
Que noite boa de se lascar.
Arlinda com setenta aniversários
Erguia um corpo suave de trinta
E se ela na vaidade o rosto pinta
Não me venham grandes falsários
Sei do peso de todos os corsários
É aí que o amor não tem idade
Morre a paixão e fica o sentimento
E quanto mais a vida em movimento
É como o trânsito de cada cidade
Direção vulgar em solidariedade.
Bicóia é recordista dos seus
De todos os antepassados
E agora vive com mais de cem contados
É um forte e tem a proteção de Deus
Diante do trono diz que são os pigmeus
Que cuida dele e da patroa
Só que o dia de Bicóia chegaria
E pra surpresa ele não escaparia
A morte em forma de alma boa
Chegou-se assim beirando a garoa.
Mariana e o irmão tão distantes
Viviam em outros Estados
Enquanto os pais dos condenados
Só falação e contos dos navegantes
E tinha alguém lá da terra dos gigantes
Que dizia que Bicóia nunca morreria
E era por isso que até hoje estava assim
Não ia e não deixava correr no capim
As águas dos olhos e que bom seria
Vasculhar a vida e viver de novo um dia.
O agave todo doado pra Neto
Pra Mariana uma fábrica de jornal
Seu Bicóia já não dizia coisa e tal
E foi com Mariana receber dela o afeto
E esta queria o velho aqui por perto
Porque naquela idade já caducava
Cento e quarenta anos vividos
E por todos Bicóia tinha ouvidos
O centro das atenções de quem passava
O ancião que vivia e outro matava.
Matou Maria Joana um dia
Depois foi-se Helena de Carvalho
Senhorita bonita pra caralho
Ao morrer Bicóia sofria
Mas seu sofrer era de mente fria
E no amor com Arlinda durou
E durando o velho aos netos contava
Cada uma que pela sua vida passava
Sem mais nem menos ele jurou
Não queria mais casar e logo se deitou.
A mãe Analice sabendo da notícia
Tão de repente, muito triste
Bicóia não quer, o povo insiste
Que ele conte até o caso da polícia
E no final de tudo a perícia
Feita no tempo do engenho moendo
Quando na verdade o tempo mutável
Bicóia velho, cada vez mais saudável
Esquecido, é claro, porque ia morrendo
E assim mesmo o bicho foi vivendo.
Não há como negar a força da expressão
O mundo dá muitas voltas
Nas estradas muitas pessoas mortas
Se você duvidar dessa canção
Abra a boca e preste bem atenção
Sei que o cuidado é pouco na leitura
E se fracasso for nome já me lasquei
E de cada sonho herdado eu me estrepei
Há quem diga que a força da criatura
É passageiro e nos pede ternura.
Foi assim todo o início
De uma certa particularidade
Não há quem tenha piedade
Entre o amor e o precipício
Me diga se no hospício
Tem chafudo e caboré
E se tem como é que fica
Se lá tem banho de bica
Entre o homem e a mulher
Quem dos dois tem mais fé.
Meu compadre Zé de Chita
Esse Bicóia é gota serena
Quem for com ele se envenena
Como bem diz Mãe Rita
No cabelo um laço de fita
Ajeitando o corpo no ar
Não na safadeza de hoje em dia
Mas sim, exaltando e poesia
Como no episódio o falar
E na rima o dito popular.
Arlinda, brava guerreira
Na pele a pureza da suavidade
Nos olhos a luz da claridade
E no silêncio da amplitude ligeira
Como no raio caindo em cada beira
Foi assim durante toda existência
E não há aqui nenhuma definição
Que me tire da boca a condição
De ser a voz desta mulher paciência
No amor e na luta da consistência.
Arlinda tinha um sinal
Que causava inveja a toda moça
Sua mão nunca lavou uma louça
E não foi preciso usar fio dental
Ir pra praia na grande capital
Tudo em Arlinda era perfeito
Um sorriso de Mona Lisa sertaneja
Que todo homem a deseja
Mas Arlinda no seu estado perfeito
Foi Bicóia que primeiro viu seu peito.
Enfrentou oposição no casório
Tinha personalidade de ser nordestina
Amazona das boas, uma igual na Palestina
Brigou com Israel no cartório
Essa fã de Arlinda topou, era o falatório
E aqui no seu país ela virou monumento
Uma estátua na praça da cidade
Deixando Bicóia na pura frialdade
Um busto de mármore sem movimento
Causando no viúvo às vezes esquecimento.
Os filhos viviam em reuniões
Cada um cuidando do que tinha
Neto no engenho criava galinha
Exportava pra todas as regiões
E com seu pai em ocasiões
Se juntava e era tremenda melancolia
Bebiam bebida fina de primeira
No outro dia, Bicóia só na banheira
Tomando banho e rezando Ave Maria
Enquanto a filha vomitava tudo que comia.
A cidade toda esperava
A morte do velho um dia
Só que Bicóia não morria
Muita gente ele enterrava
Firme e forte se encontrava
Como podia aquele ancião
Ter casado com uma divina nova
Ter passado por tanta prova
E está vivo na boa situação
Vivendo em paz com o coração?
Arlinda disse um dia, talvez
Que o velho era um Matusalém
Não ia embora nem por um vintém
E quem duvidasse ia de uma vez
Só era preciso contar de um até três
Pra ele voltar a ficar na bonança
Reconstituir toda a sua saúde
Era a sua melhor virtude
Ser forte com vigor de criança
E contar os anos com esperança.
Neto ia ficando sem vigor
E Bicóia cuidava dele
E quando menos espera, ele
Com problemas de um tumor
Que invejava qualquer doutor
Ao pai foi pedir conselho
Porque o pai naquela idade
Ainda suportava a flor da mocidade
E ele no pai o fazia de espelho
No diálogo com o médico Botelho.
Foi-se Neto para o além
Bicóia muito pensativo
Oh, velho danado de criativo
Queria porque queria um bem
Era reza sem um amém
Ia embora quem ele gostava
E não ficava uma só pessoa
A abelha no homem ferroa
Quem viesse a tê-lo se ferrava
E mais ano na vida ganhava.
Na cidade grande por inteira
Ninguém mais vivia do passado
Só Bicóia era condecorado
Como o mais velho da terra brasileira
E eu não estou de brincadeira
Acredite nessa condição pictórica
Até netos seus morriam primeiro
E ele nem como o derradeiro
Ia sendo tratado de figura folclórica
E não era coisa retórica.
A filha Mariana com a gripe de lascar
Foi procurar o pai pra o que tava sentindo
E aos poucos de Bicóia foi sumindo
Um suspiro de filha que não quer ficar
Vai embora pra nunca mais voltar
Ficando Bicóia de novo sem ninguém
Oh, não é isso, tinha os netos nascidos
E ele chorando nos cantos escondidos
Lastimava seus anos e dos outros também
Queria morrer, mas antes queria um bem.
Até que pediu e apareceu
Uma senhora com quarenta anos
Se juntou com Bicóia no fim dos anos
E não resistindo as botas bateu
Sofria Bicóia e o neto seu
Que não entendia a meta do avô
Só sabia do que falara Mariana
- “Já matou tanta fulana”
É por isso que com ele ninguém ficou
E se juntou um dia se ferrou.
Bicóia com várias viveu
Mas com Arlinda donzela
Foi diferente e casou-se com ela
Rompeu a barreira de Orfeu
É caso de estudo de quem isso leu
Arlinda com ele cumpriu vivência
Naquele tempo a vida era outra
Alimentação à base de ostra
Está rabiscado na consciência
Bicóia domina o ensino de ciência.
Pra resumir o que estou contando
Só sei que até hoje Bicóia ainda namora
E ninguém sabe qual é o dia nem a hora
Que ele deixará de ir plantando
A semente da vida brotando
Pela força de vencer os obstáculos
E ser jovem por toda eternidade
É assim mesmo com sinceridade
Que esse velho ancião dos tentáculos
Nos remete luz nas letras dos oráculos.
Bicóia felizardo se apaixonou
Pela esposa Arlinda Matias
Era um amor repleto de alegrias
Com dignidade, como também pudor
E assim por toda vida que passou
Ao lado dela e desconhecendo idade
Tem que se resgatar este conto
E acredito que esteja pronto
Ficção aponta o caminho da permissividade
E assim o amor dos dois é eternidade.
Arlinda, depois do seu nascimento
Não deu chances para outra tão bela
Somente a sua pintura é exposta em tela
A filha Mariana, Miss Brasil por merecimento
Uma cópia fiel até no rejuvenescimento
E nesse argumento de gratidão
Bicóia se convence e nos inspira
Como crítico da obra que no suor transpira
Dois seres feitos da mesma junção
Unha e carne no fogo de toda paixão.
Viva como esse Bicóia viveu
É um exemplo de muito deleite
Das cabras bebeu o leite
Se ele vive ou se já morreu
Não importa o que aconteceu
Do natural fez sua atitude
E não tem que me tire da cabeça
Que por incrível que pareça
Bicóia se completa com tanta saúde
Carregando muito mais longevitude.
Chego ao final, porém muito agradeço
O cordel tem sua magia e como tem
Cria fatos do mal e do bem
Andando na literatura eu te ofereço
Na oração da vida todo o terço
Na razão de viver o olhar de bom leitor
E sendo assim eu sou muito grato
Talvez esse Bicóia tenha vida de gato
Sete flechas cravadas, sim senhor
Me despeço com um cheiro de puro amor.
F I M
João Pessoa-PB, 09 de abril de 2009.