MEU CORDEL SEM SENTIDO
Sem sentido eu me vi
e me vendo não descubro
as mãos sagradas sangrando
que me senti quase rubro
e como não sou devoto
de longe quase que noto
e pras desventuras me cubro.
Me cubro daquele cálice
que surrupiou meus dias
me fez pateta de mundo
enquanto tu me pedias
teu pedido eu não aceito
junto dele eu me deito
nos centímetros que medias.
Medias o tempo confuso
e descalço perambulei
pelas vilas que nunca fui
e se fui, é claro que errei
e errando não me conformo
pra mim mesmo eu informo
siga o destino que te deixei.
Deixei dívidas não pagas
e se pagas não comerás
e desta forma me mato
entre tu que saberás
o destino sem sentido
de quem tem se metido
a fazer o que nunca verás.
Verás um silêncio puro
na noite de tanto frio
e sendo frio não passas
de gente que tem calafrio
e se enfrentas a morte
a vida não te dará suporte
para reconquistar teu brio.
Teu brio não é peça de venda
é algo que não tem valor
e se algum dia já teve
apenas inibiu teu calor
o lençol que nunca precisastes
só me fizeram contrastes
porque nunca fui tricolor.
Ser tricolor é perder
perder a vida no vício
é romper todas maldades
e gritar pelo artifício
meu grito não tem mistérios
vive dentro dos necrotérios
examinando todo orifício.
Orifício de pesquisador
é resultado bem falho
que não tendo respaldo
veste-se de puro retalho
e se o juízo não me falha
a mente jamais encalha
na cabeça ela é o assoalho.
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