MEU CORDEL SEM SENTIDO

Sem sentido eu me vi

e me vendo não descubro

as mãos sagradas sangrando

que me senti quase rubro

e como não sou devoto

de longe quase que noto

e pras desventuras me cubro.

Me cubro daquele cálice

que surrupiou meus dias

me fez pateta de mundo

enquanto tu me pedias

teu pedido eu não aceito

junto dele eu me deito

nos centímetros que medias.

Medias o tempo confuso

e descalço perambulei

pelas vilas que nunca fui

e se fui, é claro que errei

e errando não me conformo

pra mim mesmo eu informo

siga o destino que te deixei.

Deixei dívidas não pagas

e se pagas não comerás

e desta forma me mato

entre tu que saberás

o destino sem sentido

de quem tem se metido

a fazer o que nunca verás.

Verás um silêncio puro

na noite de tanto frio

e sendo frio não passas

de gente que tem calafrio

e se enfrentas a morte

a vida não te dará suporte

para reconquistar teu brio.

Teu brio não é peça de venda

é algo que não tem valor

e se algum dia já teve

apenas inibiu teu calor

o lençol que nunca precisastes

só me fizeram contrastes

porque nunca fui tricolor.

Ser tricolor é perder

perder a vida no vício

é romper todas maldades

e gritar pelo artifício

meu grito não tem mistérios

vive dentro dos necrotérios

examinando todo orifício.

Orifício de pesquisador

é resultado bem falho

que não tendo respaldo

veste-se de puro retalho

e se o juízo não me falha

a mente jamais encalha

na cabeça ela é o assoalho.

,

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 04/08/2024
Reeditado em 11/08/2024
Código do texto: T8121967
Classificação de conteúdo: seguro
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