POETAS POPULARES
Os poetas populares
São tantos nesta pesquisa
Quem quer sabe o que faz
Quem faz sempre precisa
Viva o cordel paraibano
Entre poetas e poetisas.
Há muito tempo atrás
Morava lá em Pombal
Leandro Gomes de Barros
Símbolo da criação inicial
Perambulou por tantas feiras
Trocou folheto por capital.
A gênese desta história
Bebem na fonte de Ugolino
Criou versos na oralidade
Contribuiu com o destino
Sobreviveu o nosso cordel
Este foi o seu desatino.
Os Nunes que são tantos
Os Batistas também são
É repente, viola e cordel
Eis a grande contribuição
O cordel é tão paraibano
Como é rico em erudição.
Cordelistas paraibanos
São tantos existentes
A Paraíba é o celeiro
De letras e repentes
José Alves Sobrinho
Foi catalogar os diferentes.
O cordel paraibano
Tem história para contar
Foi o centro das atenções
Desta cultura milenar
Cada cidade deste estado
Tinha uma feira popular.
Havia muitos cordéis
Em cordões pendurados
A viola era dedilhada
Dos motes organizados
Viva o cordel paraibano
É dinheiro valorizado.
A Academia de Cordel
Do Vale do Paraíba
Agrega muitos poetas
Assim falou o nobre Escriba
É poesia dita cuja paraibana
Musicada pelo vizinho Capiba.
Jansen Filho é um grande nome
Que tinha o dom da poesia
Por onde o cabra andava
Era grande a euforia
Recitava vários versos
Haja fôlego e alegria.
O poeta e a poesia
É como a mãe e como o pai
Essa dupla anda junta
E a rima sempre sai
Quanto mais se tem poeta
Com ele a poesia vai.
A Paraíba é muita rica
Em todo campo cultural
Tem teatro, poesia
Tem música e carnaval
Ser filho da Paraíba
É viver no verso da moral.
O cordel paraibano
Tem nome que dá respeito
Leandro, Arêda e Leite
E Das Neves grande feito
A primeira mulher
No cordel fez seu direito.
Viva a poesia da Paraíba
Viva a rima paraibana
Com cheiro de mato seco
Da palha da cana caiana
Deus proteja, nós poetas
Do veneno da cobra caninana.
O poeta é muito simples
Com muita história pra contar
Seja dia ou seja tarde
Não há hora pra chegar
A poesia é água pura
Feita pra se degustar.
Poeta e Poesia é assim
As mesma coisa em ação
Um provoca o outro
Em termos de inspiração
O poeta da Paraíba
É êxtase que pulsa o coração.
Viva o poeta e a poesia
Que andam de mãos dadas
Construindo belos versos
Com frases tão recitadas
No meio da rua e da praça
São estrofes tão comentadas.
Dizem que o cabra nasce
Com a veia de poeta
Não sei se isto está certo
Por ventura é tanto incerta
O tempo é bom momento
Quando a porta está aberta.
A poesia de um poeta
É feita quase de inspiração
De noite o poeta dorme
De dia faz a sua criação
A poesia dita paraibana
Tem muita constelação.
É estrela que brilha tanto
No infinito lá do céu
É literatura infantil
De plebeu e menestrel
É poesia clássica de gosto
Bem juntinho do cordel.
Oh poeta de bancada
Que escreve com seu amor
No Brasil de Norte a Sul
Escrever tem muita dor
O cabra escreve o que pensa
Do ficar e do que passou.
O menino no papel
Pensa no primeiro verso
Pra ofertar a namorada
Num belo papel impresso
Falar de passado, poeta
É coisa que me interesso.
A Poesia é um sangue
Que trafega em todo Ser
Invade as inspirações
E elastece nosso viver
Ser poeta paraibano
Faz tudo isto entender.
A Paraíba é produtiva
Em tudo aquilo que faz
Mas a arte é seu destaque
Entre a guerra e a paz
Os versos paraibanos
O inverso deixou pra trás.
Sérgio de Castro Pinto
Políbio Alves meu amigo
Poetas de primeira
Coração de bom abrigo
Os versos destes poetas
É razão de estar contigo.
Neto Ferreira, Fábio Mozart
Chico Mulungu e Baraúna
Sander Lee e Sander Brow
No tronco da jacaúna
Fazendo belos versos
Que recordo Suassuna.
Vicente Campos e Jota Lima
Lino Sapo e Vavá da Luz
Este quarteto é fogo
No verso que nos conduz
Caminhando pelas pedras
Falam em nome de Jesus.
Marconi Araújo, presidente
De uma grande Academia
Dentro com tantos poetas
Que só fazem poesia
É estilhaço de versos
No repente e na cantoria.
Tiago Monteiro tem programa
Nas cordas de uma viola
É cantador que não falta
Feito cego pedindo esmola
Tem mote pra todo mundo
Que cabe numa sacola.
Thiago Alves tem a voz
Que dá gosto de se ouvir
Zé da Luz de Itabaiana
Feste este cabra sentir
Com sua interpretação
Coisa boa vai se fluir.
A Cristine Nobre e a Luciene
Trazem força na poesia
São efetivas no eterno
No sentar de uma academia
Trafegam em belas rimas
Entre dor e alegria.
Em Prata vamos encontrar
Zé de Cazuza na boemia
Com a memória de menino
Faz a sua veia em maestria
Este velho é bem valente
Na dor e na alegria.
Pinto do Monteiro é grande
Nas lembranças da vovó
Cantou com muita gente
Na cantoria era o melhor
Um tal de Zé Limeira
Quase que leva a pior.
José Alves Sobrinho
Foi um grande pesquisador
Trouxe histórias de Zé Limeira
Em Campina ele mostrou
Discutiu com Orlando Tejo
Que o livro publicou.
Novos poetas surgem
E o cordel vem pela saia
Tem pessoa que recita
É um tal de Merlânio Maia
Valorizando a mulher
Dá empate nesta raia.
Bruno Gaudêncio chegou
Jairo Cezar soltou um verso
O poeta de Sapé
É poesia papel impresso
A dupla é muito boa
É saudade que te peço.
Irani Medeiros tem
A veia de pesquisador
É um grande poeta
Na fritura do amor
Por onde ele passa
A musa o verso conquistou.
Ele está em toda fase
Da poesia brasileira
Nosso Augusto dos Anjos
Tem verso na dianteira
Falou tanto de saudade
Sua poesia primeira.
Os que vem de fora
Dão a sua contribuição
Louro, Dimas e Otacílio
Do Litoral ao meu Sertão
Cantaram de improviso
O amor e a paixão.
Oliveira de Panelas também
Trouxe a viola na bagagem
Cantou com os Patriotas
E ficou a boa imagem
Navegando na saudade
No cactus da paisagem.
João Paraibano foi bom
No verso e na cantoria
Já cantou com tanta gente
E hoje é só melancolia
João merece aplauso
De Pernambuco a Bahia.
Zé Marcolino compositor
Poeta da grande Sumé
Descobriu tão cedo os versos
Dedicados à mulher
Gonzaga musicou
Na sanfona que virou fé.
Raphael de Carvalho teve
Grande veia cultural
Fez cordel e foi cantor
Como ator foi genial
Engolia o coração
Isso era sensacional.
Violeta Formiga e Anayde
Duas grandes escritoras
Tão cedo foram simbora
Cuidar de outras lavouras
A poesia desta dupla
É estudada por doutoras.
Antônio Mariano e Hildeberto
São críticos literários
Escrevem os seus poemas
No campo dos libertários
Os versos que deles brotam
Com o saber são solidários.
Relembrando os grandes cordelistas
Que no final do cordel assinavam
Eram iniciais ou mesmo o nome
E assim eles humildes deixaram
Uma marca de sabedoria
Que outros mais na frente contaram.
Eu também penso em fazer
O que eles lá atrás fizeram
Pôr o meu nome acróstico
E alguns já me disseram
É complicado o assunto
Muitas informações trouxeram.
Só sei que estou decidido
E ninguém há de impedir
A assinatura nos versos
Pra todo leitor sentir
Vou logo fazer isto
Não me venham querer proibir.
Poesia é água corrente
Na veia de uma correnteza
Invade o sentimento humano
E destrói por completo a beleza
Deixa todo o mundo igual
Num repente de uma peleja.
As águas que correm no peito
De um poeta de letras populares
Transformam vidas em sonhos
É poesia em eventos espetaculares
Um banho que lembra saudades
Em correntezas em vias circulares.
O poeta e a poesia são únicos
Na terra da arte brasileira
Cada frase que a mente cria
É poesia que anda ligeira
O poeta pega a caneta
E responde com uma rasteira.
A água das nossas criações
É vida brotando a céu aberto
Deságua nos rios da saudade
E quebra o sigilo do concreto
Bate de frente com a incerteza
E faz certeza no tempo certo.
Maria das Neves foi a primeira
Entre tantas que hoje escrevem
Unidas num só coração
Elas o bom cordel exercem
Da Paraíba a Alagoas
De avião ou de canoa
Elas respeito merecem.
Izabel Nascimento é pessoa
Cordelista sergipana
Fundou uma Academia
E mulher lá não reclama
Os versos de Izabel
Já li de cair na cama.
Daniela Bento de Aracaju
Com Izabel organizou
Uma coletânea das boas
Feita para qualquer leitor
É cordel que anda na linha
Na saia da amiga Dalinha
No gostar de puro amor.
A amiga pernambucana
Edilene cordelista
Com aquele chapéu de couro
Tem fama pra lá de artista
Estando em solidão profunda
Leio os de Dalinha Catunda
E fico logo otimista.
Lá vem a Tonha Mota
Com Maria Anilda falando
De um tal cordel de saia
Que Dalinha foi cantando
É a mulher dos grandes versos
Participante de congressos
Se eu não for vão se chegando.
Anny Karolinne é enfermeira
Herdou o dom da criação
Faz cordel com maestria
E usa cabeça e mão
Tem Anne Ferreira de Queimadas
Com belas e boas tiradas
Haja cordel de amor e paixão.
Maria Anilda é gente boa
Lá das terras do Ceará
Prende o povo na leitura
Só pra ver o quer que dá
Tem tanta mulher no cordel
Muito mais que anjo no céu
Chegou Cristine Nobre
Com seu trabalho em mãos
Feito para a leitura
De cidadãs e cidadãos
É poetisa de Academia
Acolhida pelos irmãos.
Paraíba tem o pôr do sol
Tem belas praia no litoral
Paraíba tem artistas
Tem Ariano intelectual
A Paraíba de Augusto
E o forró de Genival.
A Paraíba tem cultura
Do algodão e do alho
Na música é de primeira
Pelo nome de Ramalho
É Elba, Zé e Luiz
Cartas de um baralho.
Paraíba de mulher macho
Violeta, Anayde e Elizabeth
A sanfona de Flávio José
Encanta até o pivete
O som de Jackson
É pandeiro que se derrete.
Viva o povo paraibano
Na arte da poesia
Leandro Gomes de Barros
Na terra de Dona Maria
Tem Seu Zé e Seu João
É festa, é muita folia.
Viva Sérgio de Castro Pinto
Na pintura o guarabirense
Clóvios Júnior é colorido
Cidadão do povo pessoense
Minha Paraíba é grande
Terra de gente florense.
Paraíba tão cantada
Dentro deste grande País
Paraíba Mulher Macho
Na voz de Seu Luiz
Gonzaga na Paraíba
Pro povo ficar feliz.
Anne Karolinne chegou
Com força de declamar
Abre a boca para o mundo
O cordel se faz lançar
A mulher na Academia
Mais uma voz neste altar.