A HISTÓRIA DO MEDROSO!

Consta a lenda que um dia

Um moço de nome Sebastião

Foi visitar sua amada tia

Uma amiga do coração

Mas quando na volta chovia

Ele não tinha lampião

Indo pra cidade estava

Durante a luz do dia

E na cidade demorava

O tempo breve corria

E por sua infelicidade

Logo tudo escurecida

Dizem que este rapaz

Era muito medroso

Não era nada sagaz

Porém vivia nervoso

Tudo lhe tirava a paz

Contudo, ele era brioso

Sebastião era o seu nome

Um moço bem conhecido

Nunca havia passado fome

Pois era homem resolvido

Mal conhecia os progromes

Do mundo desconhecido

Porém ele tinha um amigo

Pelo qual tinha muita afeição

Desde criança tinha vivido

Na fazenda Baixadão

Quando se sentia aturdido

Era este quem lhe dava a mão

Mas o que ele não sabia

Que naquele vai e vem

Era João que visitaria

Na cidade outro alguém

A comunicação não existia

Por que não havia também

Então depois de certa hora

Quando tudo já era escuridão

Tanto um como o outro agora

Tomava sua última decisão

Tentando os dois ir embora

Da cidade para o sertão

Mas como a chuva não parava

João vinha na sua na frente

Seu cavalo no frio marchava

Escorregando como serpente

Atrás Sebastião se desmanchava

Por falta de um agasalho quente

Na estrada que passava

Havia um velho ranchinho

Nele João logo entrava

Ficando bem escondidinho

Nas traves dependurava

Naquele escuro sozinho

Enquanto ele esperava

A chuva passar calmamente

Pegou palha e cortava

Com um tabaco ardente

Um cigarro enrolava

E fumava tranquilamente

Depois seu amigo chegou

Todo molhado e tremendo

No ranchinho ele entrou

E a água caía que só vendo

Mas de medo nem piscou

Naquele momento horrendo

A chuva depois deu sinal

Que já estava parando

E João mesmo vendo mal

Tudo estava observando

Como o seu amigo anormal

Estava se comportando

Logo a chuva fria estiou

Sebastião saiu andando

Mas nem se quer observou

Que alguém tivesse olhando

Qual o rumo que ele tomou

Por onde ele ia passando

João depressa desceu

Das vigas do ranchinho

Saindo logo correu

Atrás de seu tiãozinho

Quando Sebastião percebeu

Deu linha pelo caminho

Quanto mais ele corria

Mas João gritava

Sou eu o João, cria

Que no rancho esperava

Enquanto a chuva fria

Outro rumo tomava

Mas Sebastião quase morto

Já com a língua pra fora

O espírito estava torto

Pedia socorro sem demora

Pois sentia um natimorto

Naquela triste e fria hora

Ao entrar e sua casa

Caiu de joelhos no chão

Seu coração em brasa

Pedia por intervenção

Fervendo como uma bala

Dizia ter visto sombração

Enquanto estava abalado

Ainda em recuperação

Chegou logo assustado

Seu companheiro João

Que tem se passado?

Quero saber então

Alguém assustado lhe dizia

Que ele viu foi sombração

Por que ninguém fazia

Qualquer imaginação

Por que nada do que eles via

Servia de comparação

Que sombração que nada

Respondia-lhes João

O que ele viu na estrada

Foi somente uma visão

Minha voz bem alterada

Gritando ;sou eu Sebastião

Se ele não fosse tão medroso

Tudo seria esclarecido

Quase me torno um doloso

Matando o meu conhecido

De susto este manhoso

Deixou todos estarrecidos

Charlis
Enviado por Charlis em 23/07/2024
Reeditado em 26/07/2024
Código do texto: T8113453
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