Réquiem para um Poeta
Quem parte pra eternidade
Não lembra do seu passado
Que agora tem transitado
Para outra sociedade
Por aqui deixa saudade
Do repente e seu baião
Se o cordel foi o seu chão
Sobrevive a sua meta
Morre o corpo do poeta
Mas o seu legado não.
A matéria é perecível
A essência é infinita
A inspiração levita
Atingindo um novo nível
O corpo fica invisível
Não faz mais rastros no chão
Voa a alma em direção
Para alegria completa
Morre o corpo do poeta
Mas o seu legado não
Gosto de homenagear
O poeta enquanto vivo
Contudo nunca me privo
De quem já se foi falar
Se foi um vate exemplar
Aí que não abro mão
Eu faço estrofe e refrão
Mas uma glosa seleta
Morre o corpo do poeta
Mas o seu legado não.
Salvador, 13/7/24,