Ode ao 2 de julho - independência da Bahia

Para começar a história

Desculpas vou lhe pedir

Pois não se conta uma saga

Com fatos a resumir

Eu não escrevo tuítes

É melhor nem insistir.

 

"Nasce o sol ao 2 de Julho,

 

brilha mais que no primeiro".

O Baiano destemido

Mostrou ser povo guerreiro

Lutou com muita coragem

Para expulsar o estrangeiro.

Nessa luta desigual

Bons heróis se destacaram:

Caboclos, Índios e negros

Aos soldados se juntaram

A Quitéria virou homem,

E os Portugas expulsaram.

A Irmã Joana Angélica

Lá no convento foi morta

Gerou grande comoção

Isso o povo não suporta

Esse infame sacrilégio

Logo incendeia a revolta.

Marisqueira bem retada

Merece nossa atenção

Brava Maria Felipa

Com um pé de cansanção

Deu uma surra nos gajos

Só co' essa planta na mão.

O Cabrito e Pirajá

Foram sítios dos combates

Lá no recôncavo e na ilha

Também tiveram embates

Bravo corneteiro Lopes

Foi quem ordenou ataques.

O português assustado

Nunca entendeu essa treta

Estavam vencendo a luta,

Co' esse toque de corneta

Debandaram assustados

Lopes, um cabra porreta.

 

Luis Madeira de Mello

Foi nosso grande opressor

Não contava com a força

Do povo de Salvador

Nossos irmãos do recôncavo

Repeliram o agressor.

 

Na bravura dos Baianos

Toda nação se inspirou

Mais lutas iniciadas

Nosso Brasil libertou

Lembrem que foi na Bahia

Onde tudo começou.

 

Não falei do Labatut,

Para não forçar a rima

Também era mercenário,

Não merece nossa estima.

Só lutou pelo tutu

E isso não nos aproxima.

Liberdade é uma luta

Que se enfrenta todo dia

Se o povo baixar a guarda

Novo tirano se cria.

Rouba sonhos e conquistas

Muda tudo a revelia.

 

Muitos séculos depois,

A história foi afrontada

Família de coronel

Numa homenagem forçada

Maculou o 2 de julho

População revoltada

 

Mudam nome do aeroporto,

Da querida Salvador

Pra nome de deputado

Nome horrível, que pavor.

Sempre será 2 de Julho

Eu reforço esse clamor.

 

Depois dos anos de chumbo

Democracia venceu

Liberdade retornou

E o povo então floresceu

Viu a luz no fim do túnel

A esperança renasceu.

 

A falta de vigilância,

E triste acomodação

Incentivam oportunistas

Promovem a escuridão

Outra arapuca é armada

Só pela nossa omissão.

 

Mas com novo enfrentamento

E voto mais consciente,

Nosso povo nordestino

Deu prova bem contundente:

Nós queremos liberdade

Sem grilhão e sem corrente.

 

Sem escravidão da mente

Sem usar religião,

Para nos fazer reféns

A boa fé e a razão

Podem em paz conviver

Mas sem manipulação.

 

Para evangélico amém

Pra quem é de santo axé

O nosso Brasil é laico

Na igreja ou terreiro a fé

Precisa ser respeitada

Viva a ostia e o acarajé.

 

Os heróis de 2 de julho

Não podemos esquecer

A pressão é muito forte

Não se pode esmorecer

Viva com independência

Só juntos vamos vencer.

 

Salvador, 02/07/24,

Jessé Ojuara
Enviado por Jessé Ojuara em 02/07/2024
Reeditado em 02/07/2024
Código do texto: T8098410
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