Desgosto

Em um vilarejo distante, num canto do meu sertão, vivia um jovem inocente, com um triste coração.

Seu pai, homem cruel, lhe trouxe dor e tormento, violência e amargura, marcaram seu sentimento.

O jovem buscou ajuda, contou sua triste sina, mas ninguém lhe deu ouvidos, sua dor foi clandestina.

Os olhos do pai, frios, eram sombra e escuridão. A cada noite, um inferno destruía seu coração.

O povo ria e zombava, desacreditavam do jovem, ele só se afogava em lágrimas que o comovem.

Numa noite de desespero, sob a lua solitária, corvos negros apareceram, numa visão temerária.

"Vem conosco," eles disseram, para onde a dor não vai. Nos braços da morte, jovem, terás paz e nada mais.

Cansado da vida dura, do sofrimento sem fim, o jovem aceitou a oferta, se entregou enfim.

As asas negras o levaram para longe da agonia. Deixando para trás a terra, que lhe negou alegria.

Agora, o jovem repousa, no silêncio do além, os corvos cantam sua história, numa melodia sem bem.

E o vilarejo distante, carrega a culpa com a mão. De ter ignorado o grito, de um jovem em aflição.

Que sua memória sirva, para que outros possam ver. Que a dor de um coração ferido, nunca se deve descrer.

Jhonnathan Pereira
Enviado por Jhonnathan Pereira em 21/06/2024
Código do texto: T8090695
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