A TERRA PEDE SOCORRO

custeado pelo Ministério Público do RN

apresentado no Auditório da PGJ/RN

EM 13/06/2024

 

 

Há muitos anos eu vejo

E o mundo inteiro também

A Natureza enviando

Sinais para o nosso bem.

Só não os vê quem não quer

Ou quem juízo não tem.

 

Há necessidade urgente

De ações para reduzir

Ou impedir totalmente

A Terra-Mãe de imergir

Numa mudança de clima

Sem jamais poder sair.

 

Povos indígenas que sofrem

Pura discriminação

Tendo as terras invadidas

Por gente sem coração.

Essa gente não merece

Nossa consideração.

 

O Brasil é conhecido

No mundo inteiro, em verdade,

Por fazer parte dos grandes

Em biodiversidade

Graças aos biomas ricos

E à sazonalidade.

 

Mostrando-se como exemplo

A Amazônia, o Pantanal;

O Cerrado e a Caatinga;

A Floresta Tropical

Fluvial da Mata Atlântica,

De riqueza colossal.

 

Só com esta descrição

Já se pode imaginar

A riqueza que nós temos

Mas que pode se acabar

Se nós os seres humanos

Não pararmos pra pensar.

 

E em frente ao computador,

Tentando me concentrar

Depois de um dia de luta

Sem conseguir descansar,

Eu dei uma cochilada

E já comecei sonhar:

 

Tendo na cabeça o tema

Para o qual fui convocada

A escrever um cordel,

Assim, como quem quer nada,

O cochilo me levou

A voar qual sendo alada.

 

E no voo fui passando

Aqui pelo Litoral

Do Rio Grande do Norte

Começando por Natal,

Onde já de pronto vi

Seres humanos do mal.

 

Seres que já se esqueceram

Ou nunca tomaram tento

De que o que há na Terra

Foi dado como provento

A todos que aqui chegaram,

Mesmo sem merecimento.

 

O lixo jogado à toa

Sem qualquer preocupação

Das pessoas que ali deixam

Praticando a má ação

Sem nem pensar na saúde

De si mesma ou do irmão.

 

As queimadas praticadas

Com o fim de ganhar dinheiro

Sem se importar com o futuro

Do País, do mundo inteiro...

No Litoral do RN

Seguindo o mesmo roteiro.

 

Muitas aves que enfeitavam

E alegravam com seu canto

Lugares onde viviam,

Hoje até nos causa pranto

Saber que não mais existem.

No seu lugar, desencanto.

 

No meu voo sonhador

Passo na Via Costeira

E vejo o que não devia.

Minha raiva é verdadeira!

A praia, em si, foi vendida?

Isto, pra mim, é asneira.

 

No Cerrado, na Caatinga,

O homem, com sua ação,

Contamina solo e água

Pela falta de atenção,

Na ânsia de produzir

O que é bom pra terra, ou não.

 

De acordo com estudos feitos,

Quase que no seu total

As plantas da Caatinga

Hão de perder, afinal,

Muitas espécies. E isto

Não é nada bom! Só faz mal!

 

Falando em desmatamento:

Nossa caatinga, coitada!

Sofre com o seu crescimento

De forma continuada.

A causa nós já sabemos

Porque já foi declarada.

 

Num clima mais quente e seco

As árvores sofrerão

E isto resultaria

Na substituição

Das árvores de grande porte

Por baixa vegetação.

 

Sofrendo o ecossistema

Que vem da vegetação

Direto à fotossíntese

Fazendo a renovação

Do ar e armazenamento

Do carbono em conclusão.

 

Falo dos parques eólicos

E de energia solar

Cujas estruturas pedem

Local para se instalar,

Além da madeira usada

Para em carvão transformar.

 

A caatinga é bioma único

Na biodiversidade

No mundo. No entanto frágil,

Corre o risco na verdade

De não se recuperar

Se vítima da má vontade.

 

A Mata Atlântica, coitada!

Da floresta original,

Já quase nada sobrou!

E o nosso Pantanal:

Turismo, garimpo e caça,

Faz que o mesmo passe mal.

 

E nossa Zona Costeira

Já pede desesperada,

Sua integridade ecológica

Já de muito ameaçada

Por esgotos, construções...

Por ninguém é respeitada.

 

O planeta sente as penas

Pela má educação,

E pela ação predatória

Do homem e da aceitação

Disso como algo normal.

Terá recuperação?

 

A ambição por dinheiro

Leva o homem do poder,

Como o pobre ambicioso,

A não parar de querer

Sempre mais e sempre mais!

Fugindo do seu dever.

 

Catástrofes naturais

Estranhas e inusitadas

Nunca vistas no planeta,

Aos nossos olhos, mostradas.

Poder-se-ia dizer

Que elas foram provocadas.

 

A poluição das águas,

Do ar, do meio ambiente,

De uma maneira geral

E de forma inconsequente

Por nós os seres humanos,

Faz nossa terra doente.

 

Desmatamento, queimadas,

Agressões à Natureza

De forma desenfreada,

Só nos trará, com certeza,

Pobreza, doenças, mortes...

Não nos causando surpresa.

 

Já temos muitos exemplos

Do que o descaso causou.

É tempo de prevenção

Pra salvar o que restou!

Usemos a inteligência

Que Deus Pai nos ofertou.

 

Cuidemos da nossa Terra,

O planeta em que vivemos,

Onde para que a vida

Seja melhor, nós teremos

Que amá-la, que respeita-la!

Não só temos que, devemos.

 

Deste modo, estou trazendo

Para quem quiser me ler

Minha preocupação

Com o que pode ocorrer

Com o Planeta, com o Mundo,

Se o homem um pensar profundo

Não vier desenvolver.

 

 

Rosa Regis

Natal/RN, 10 de junho de 2024

03 horas e 07 minutos.