AMANSANDO CABRA VALENTE
Abiscoitado teu arranque é mixaria
No fundo nem assusta vaca sonsa
Tu vai conhecer meu bafo de onça
Vou botar no chinelo tua valentia
Desbanco toda a tua freguesia
Bem alerta tu já fica notificado
Tua fama é de frango depenado
Pra granja eu te mando numa gaiola
Tuas penas vão dentro de uma sacola
E o resto pelo correio despachado.
Agora vem e cisca no meu terreiro
Tu vai ver o samba sem reco-reco
Vai Rodar feito palheta de teco-teco
Rebolando nas platinelas do pandeiro
No miudinho te requebra bem ligeiro
Do teu couro vou fazer um bordado
Com um letreiro graúdo e prateado
Dependurado no batente da janela
Todo estrangeiro saberá da tua mazela
E que valente não reina no meu reinado.
Eu sou mira de oitão bem carregado
Mais alerta que guarda-costas de rei
Sou a fúria de um ucraniano sem lei
Castigando um russo bem malvado
Soletrando perestroika engasgado
Tua fama eu envergo na bigorna
Feito codorna com ovos esmagado
Num trisco eu te mando pro IML
Cabra safado tu já vai fazendo L
Que teu paletó já tá encomendado.
Seu frouxo não me vem pedir arrego
Eu não tenho mão de madre Tereza
Te pico feito tira gosto de calabresa
E nem pisco no risco do meu sossego
Já se despede da família e do emprego
Enquanto meu humor é sinfonia
Tu não é o valentão lá do Lajedo?
Lapada de correão vai ser a tua sova
De enxadão mandei abrir a tua cova
E na lápide escrevi com o meu dedo.
Aqui jaz um biscoito amanteigado
Que em vida quis ter fama de valente
Até o dia que achou em sua frente
Um cabra destemido e respeitado
Buli com ele e tá aí meu resultado.
Pra quem acha que eu sou cabra ruim
De caduco o seguro morreu
Comigo escreveu não leu o pau comeu
Do jeitinho que diz o velho ditado
Não adianta chorar pelo leite derramado.