CORDEL DA ÉTICA
( é possível ouvi-lo no youtube no canal de:
Luiz Carlos Rigo Uhlik e procurar por
Ameopoema- Cordel da ética, Vera Barbosa )
Certa vez eu tive um sonho.
Me espantei, de tão real:
As coisas aqui na Terra
Estavam muito mudadas
As pessoas, transformadas,
Generosas, se ajudavam.
Casas lindas com quintais
Roupas claras nos varais
Gramado a perder de vista
Inspiração p’ros artistas.
Muitas árvores e flores
Nada triste ou desamores.
Não havia poluição
O céu era azul e claro
O solo sem agrotóxicos
A água tão cristalina
Abundante para todos
Corria em rios piscosos.
O céu tão limpo de dia
Tão estrelado nas noites
Estrelas azuis, vermelhas,
Amarelas, cintilantes
Inspiravam os poetas
Que das noites são amantes.
A vida urbana era boa
Com moradia pra todos
Doenças graves não havia
Sem tratamento decente.
As ruas sem indigentes
As crianças nas escolas.
Os idosos bem tratados
Cuidados pelos parentes.
Motoristas respeitosos
Dirigiam com cuidado,
Sabiam que a vida humana
É um bem a ser preservado.
Lixo pelo chão não havia
Nem sofá n’água dos rios,
Que tinham peixes nadando
Com oxigênio à vontade
E com muita liberdade
Para seguir procriando.
As matas eram intactas
Lá não havia pastagens
Para criar animais.
E os igarapés, tão limpos
Onde viviam espécies
Que aqui não existem mais.
Economizava-se água
E também a energia
Sabia-se que a hidrelétrica
Destrói o local em volta.
Para fazer a represa
Seca rios, extingue espécies.
Consumidores conscientes
Só compravam o necessário.
Não existia usurário
Explorando os mais incautos.
As reservas do planeta
Não eram dilapidadas.
O lema era reduzir
E depois reutilizar
O que ainda era útil.
O resto era reciclado,
E usando a imaginação
Fazia-se o ganha-pão.
Era tudo um sonho, eu sei
Coisas fora da razão.
Parece tudo utopia
Mas poderia não ser.
E a solução seria
Ética no dia a dia.