"MINHAS VERDADES".
Milhares de coisas vivi,
Ao cumprir o meu destino,
Muitas verdades aprendi,
Ao deixar de ser menino,
Já é um fato consumado,
Ninguém vive de passado,
Nem que sejam peregrinos.
Sabemos que o orgulho,
Sempre provoca a ruina,
O que vive de embrulhos,
Prova da sorte ferina,
Peixes morrem pela boca,
E o que dorme de touca,
Não ouve o ronco da mina.
Todo soberbo acredita,
Que nunca irá definhar,
Todos sabem que a canjica,
No moinho vira um fubá,
E o que faz a coisa errada,
Hora entra em enrascada,
Não dá nem pra cogitar.
Nunca vi um orgulhoso,
Reconhecer o seu erro,
Mas se o sujeito é medroso,
Foge de qualquer cortejo,
E o que conversa besteira,
Não escapa das rasteiras,
Dos que são astuciosos.
É bem certo que a altivez,
Leva o home a se orgulhar,
Ao contrário da sensatez,
Que nos faz esquadrinhar,
Pois não agir com razão,
Traz ao ser a humilhação,
Sem ter como se esquivar.
Já. vi gente de sucesso,
Virar mendigo de rua,
E que todo réu confesso,
Vive a pena que é só sua,
No trilho do mal fasejo,
Embora sem ter desejos,
Percebe a verdade crua.
A ganância é morta fome,
E nunca poderá se fartar,
Se a miséria lhe consome,
Corroendo-lhe onde está,
E o que segura o caniço,
Na ânsia de ter marisco,
Tem risco de se molhar.
É certo que a humildade,
Mostra no homem o valor,
Os que vivem da verdade,
Pode até colher a dor,
Mas se for firme na luta,
Não perderá as disputas,
Pra qual mentira que for.
Os dedos com Panarício,
Podem ser atrofiados,
O enganoso corre o risco,
De ser por ele enredado,
E os que entram no jogo,
É igual mexer com fogo,
Podem até ser queimados.
Não se consegue esconder,
O brilho de uma luz acesa,
Ninguém deixa por querer,
A bomba em cima da mesa,
O que se gaba em mentir,
Sua recompensa é cair,
Com o enredo da incerteza.
Não há quem possa mudar,
Quem tem generosidade,
Como é difícil esquadrinhar,
O homem e suas maldades,
Cervos são quem dão valor,
As ordens de seu senhor,
Conquanto contra a vontade.
Todos filhos obedientes,
Tem as bênçãos de seus pais,
Mas aos filhos irreverentes,
São piores que animais,
Não dão ouvido a conselhos,
Sempre o mal é seu espelho,
Laboram tal qual chacais.
Que a miséria bate à porta,
Dos preguiçosos é verdade,
Quem pega galinha morta,
Compra sem necessidade,
Se seguir o sujeito errado,
Passa um perrengue danado,
Sem ter dó nem piedade.
Com a lei da semeadura,
Tem o retorno pode crer,
A terra pode ser dura,
Mas se plantou vai colher,
Pra isso não há esperto,
Tudo vem no tempo certo,
Até sem ninguém querer.
Nove mês a mãe espera,
Pra ver seu filho nascer,
É no Mês das primaveras,
Que os jardins vão florescer,
E quem corre atrás do vento,
Vai colher muitos tormentos,
Para depois se arrepender.
Tem no mundo ignorantes,
Que em quase nada acredita,
Todos cheios de rompantes,
Pelas conversas esquisitas,
Mas quando a coisa está feia,
Reclama sem está na peia,
Provando herança maldita.
O pouco com Deus é muito,
Sempre ouvi mamãe dizendo,
Pois não se lava o defunto,
Quando a água está fervendo,
Os filhos que não obedecem,
Corre pra o mundo e padece,
E vai sem querer aprendendo.
Nunca pedi recompensa,
Quando a alguém ajudei,
Mas guardo na consciência,
Por quantas vezes já falhei,
Porem uma coisa é certa,
Por não estar sempre alerta,
Com um alto preço paguei.
Só uma coisa me interessa,
De tudo que tenho aprendido.
Depois de tantas promessas,
Que me chegaram aos ouvidos,
Se me vier desapontamento,
Deixo minhas mágoas ao vento,
Pra não suprimir-me iludido.
Hoje sou homem maduro,
Só a consciência me dobra,
Não me preocupo com futuro,
Nem com resultado das obras,
Mas posso garantir pra vocês,
Que meia dúzia ainda é seis,
Some pra ver se tem sobras.
Cbpoesias.
07/06/2024.