Canto de Cantador

Puxo o fole na embolada

Na roda da noite estrelada

Tiro verso de tabuada

Rimo Bahia, baiuca e baião

Cavuco no peito toda emoção

Vou e volto que nem serrote

Dou um cheiro no teu cangote

Nas oito tiras desse quadrão!

Meu fole desponta na madrugada

No resfolego ligeiro de uma virada

Meu canto alegre te deixa animada

Tocando de jeito teu coração

Solto um verso cheio de intenção

A mira no olho é um cravinote

Pra musa menina repito o mote

Nas oitos tiras desse quadrão!

Na alvorada o galo não desafina

A lua cheia em clarão se declina

Faço mais um verso pra menina

Em trocadilho vou pedir a sua mão

Um verso lindo mais parece uma oração

Juro que isso não é miolo de pote

No bingo da vida é a pedra da sorte

Nas oitos tiras desse quadrão!

A matina desperta o sol na alvorada

Canto mais um coco de embolada

Tarde, noite ou madrugada

Me aqueço no fogo dessa paixão

Pros teus braços vou até de carreirão

Nesse lampejo meu desejo é minha sorte

Minha sina é voltar para o norte

Nas oitos tiras desse quadrão!

Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 07/06/2024
Reeditado em 03/07/2024
Código do texto: T8080598
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