O poder que a cachaça tem
O poder que a cachaça tem
Mais respeito à cachaça
Pois o poder que a cachaça tem
Nada mais no mundo pode ter
Seja para o mal seja para o bem
Uma cascavel de dez guizos
A mais mortal do sertão brasileiro
Morreu de overdose alcóolica
Depois de morder um cachaceiro
A cachaça é a mais democrática
De todas as bebidas existentes
Nada é mais soberano neste mundo
Que o poder da rainha da aguardente
Pode ser que a cachaça não tenha
Da cerveja tanta popularidade
Nem do champanhe a realeza
Ou do uísque a celebridade
Mas quando em ruína no peito
O coração de tristeza se espanta
E tudo na alma desmorona
É a cachaça que acalanta
Onde houver uma dose de pinga
Não haverá tristeza na sua gente
Nada é mais soberano neste mundo
Que o poder da rainha da aguardente
Da física as leis não têm valor
Se na cachaça depositar a fé
Já vi um degustador de pinga
De tanto beber morrer em pé
Bebe-se uma para aquecer no frio
E outra para o calor ardente
Nada é mais soberano neste mundo
Que o poder da rainha da aguardente
Depois de duas doses da malvada
Vira-se milionário sem ter um vintém
Não há dor nem paixão que resista
Ao poder que a cachaça tem.
Eu vi um padre virar evangélico
E um pastor mestre feiticeiro
Porque não deram pro santo
Aquele restinho derradeiro.
Na terra que inventou a cachaça
Até bêbado vira Presidente
Nada é mais soberano neste mundo
Que o poder da rainha da aguardente
Evany, 07/06/2024