CORDEL DA “SANTA” INQUISIÇÃO

Santa Inquisição sombria,

História de opressão,

A Igreja e seu terror,

Sem ter nenhuma compaixão,

Pela fé perseguia,

Espalhando agonia,

Em uma grande repressão.

Tribunais eclesiásticos,

Torturavam sem piedade,

Acusados de heresia,

Sofriam grande maldade,

A fogueira ardia sem fim,

Consumindo tudo enfim,

Na escuridão da verdade.

Mulheres chamadas bruxas,

Por saberem e curar,

Eram presas e julgadas,

Sem chance de se explicar,

Conhecer era perigo,

Para esse poder antigo,

Que só queria calar.

Cientistas, pensadores,

Também foram perseguidos,

Galileu enfrentou a fúria,

Dos padres enfurecidos,

Dizer que a Terra girava,

Era algo que afrontava,

Estes dogmas antigos.

A tortura era o método,

Para extrair confissão,

A verdade não importava,

Somente a submissão,

Sofrimento era sem dó,

Deixando o acusado só,

Na mais cruel condição.

Inocentes eram vítimas,

De denúncia e traição,

Amigos eram algozes,

Numa rede de opressão,

A fé era um disfarce,

Para o medo que espalhasse,

Mantendo a dominação.

Os autos-de-fé, festejos,

Macabra celebração,

O povo via com horror,

A cruel execução,

Os corpos eram aos montes,

E a Igreja erguia pontes,

Pro inferno da opressão.

Os inquisidores ganham,

Com terras, grandes riquezas,

Pilhagem dos condenados,

Enchia mais que suas mesas,

Faziam da fé uma arma,

Na bondade que desarma,

Nas suas falsas certezas.

A censura aos livros veio,

Para calar dissidências,

Conhecimento um perigo,

Para suas influências,

Queimavam-se vários saberes,

Para manter os poderes,

E aumentar as indulgências.

Jesuíta em missão,

Levava a fé e a espada,

Impunha a conversão,

Com violência danada,

Nas novas terras chegaram,

E com força dominaram,

E a cultura dizimada.

Em Portugal e Espanha,

A Inquisição ardia,

Judeus e os muçulmanos,

Em constante agonia,

Perseguidos e mortos,

Em julgamentos tão tortos,

Que só a Igreja convinha.

Joana d'Arc traída,

Por ouvir vozes do além,

Queimada viva ela foi,

Pela Igreja que não tem,

Respeito pela verdade,

Só quer manter a autoridade,

E o controle de ninguém.

A riqueza Vaticana,

Construiu-se com a dor,

De fiéis e inocentes,

Que sofreram sem amor,

Acumulando tesouros,

E o povo feito tolos,

Sob um manto de terror.

Os jesuítas no Brasil,

Impunham a conversão,

Destruíam as culturas,

Cruel determinação,

A fé um pretexto vil,

Para um controle sutil,

Que dominava a nação.

A Inquisição fez marcas,

Que o tempo não apagou,

A hipocrisia da Igreja,

Que a muitos condenou,

Usava o nome de Deus,

Para espalhar fariseus,

E o poder que controlou.

Hoje olhamos para trás,

Com tristeza e lamento,

Para os erros da Igreja,

E seu sombrio intento,

Que a história nos ensine,

Pra não repetir o crime

E buscar o entendimento.

Que a fé seja liberdade,

E não um jugo pesado,

Que todos dêem atenção,

Ao passado condenado,

Que a verdade prevaleça,

E o amor sempre floresça,

Num futuro aliviado.

Que o nome de Deus não seja,

Usado para oprimir,

Mas para trazer a paz,

E ao próximo redimir,

Que a história da Inquisição,

Seja uma grande lição

Do que nunca repetir.

Aqui termina o cordel,

Sobre a Inquisição cruel,

Que a memória nos sirva,

Como um eterno anel,

De que o poder corrompe,

E a fé quando se rompe

Transforma a vida em fel.

Que o passado nos ensine,

A nunca mais repetir,

Os erros que a história,

Nos obriga a refletir,

Que a liberdade floresça,

E a justiça prevaleça,

Para o bem pode seguir.

Aos mártires da história,

Que sofreram tanta dor,

Que sua luta e memória,

Sejam um eterno clamor,

Para que a fé seja pura,

E a justiça que perdura,

Num futuro mais amor.

E assim encerro o cordel,

Pensando em quem sofrerá,

Pois aquele que plantou,

No futuro colherá,

Que a fé não seja armadilha,

Mas sim uma luz que brilha,

E o mundo renascerá.