Sextou sem sextar
Sextar num feriadão
Não tem o mesmo sabor
E você o que acha irmão
Responda-me por favor?
Pode parecer besteira
Mas eu nada quero impor
Sextar num dia normal
Quando você trabalhou
Tem um gosto diferente
Não sei se você captou
Até para aposentado
Isso se consolidou
Sextou é grito de guerra
O nosso ode a liberdade
Assim gritam os solteiros
E casados sem maldade
É só uma fugidinha
Da dura realidade
Sexta tem um jeito próprio
Ela cheira a independência
Diferente da segunda
Com seu toque de exigência
Que caça nossa alforria
E nos impõe só sofrência
Trabalhar pode ser bom
Quando se faz o que gosta
Trampar por obrigação
Eu lhe digo é uma bosta
Todo corpo muito dói
E principalmente a costa
Mais o labor por amor
Esse não nos incomoda
Compor um lindo soneto
Quem sabe até uma moda
Escrever novo cordel
Afirmo, Isso sim que é "soda"
O capital e o trabalho
Podiam amigos ser
Prosperar em harmonia
Vendo só o outro crescer
Mas a praga da ganância
Não deixa isso acontecer
Zumbis andando nas ruas
Cumprido triste rotina
Todo dia é tudo igual
É uma penosa sina
Logo o sextou é bacana
Pro menino e pra menina
Por isso gritar sextou
Em pleno feriadão
É coisa que não farei
Não dá ânimo ou tesão
Logo hoje vou me calar
Fica pra próxima irmão.