Sextou sem sextar

Sextar num feriadão

Não tem o mesmo sabor

E você o que acha irmão

Responda-me por favor?

Pode parecer besteira

Mas eu nada quero impor

 

Sextar num dia normal

Quando você trabalhou

Tem um gosto diferente

Não sei se você captou

Até para aposentado

Isso se consolidou

 

Sextou é grito de guerra

O nosso ode a liberdade

Assim gritam os solteiros

E casados sem maldade

É só uma fugidinha

Da dura realidade

 

Sexta tem um jeito próprio

Ela cheira a independência

Diferente da segunda

Com seu toque de exigência

Que caça nossa alforria

E nos impõe só sofrência

 

Trabalhar pode ser bom

Quando se faz o que gosta

Trampar por obrigação

Eu lhe digo é uma bosta

Todo corpo muito dói

E principalmente a costa

 

Mais o labor por amor

Esse não nos incomoda

Compor um lindo soneto

Quem sabe até uma moda

Escrever novo cordel

Afirmo, Isso sim que é "soda"

 

O capital e o trabalho

Podiam amigos ser

Prosperar em harmonia

Vendo só o outro crescer

Mas a praga da ganância

Não deixa isso acontecer

 

Zumbis andando nas ruas

Cumprido triste rotina

Todo dia é tudo igual

É uma penosa sina

Logo o sextou é bacana

Pro menino e pra menina

 

Por isso gritar sextou

Em pleno feriadão

É coisa que não farei

Não dá ânimo ou tesão

Logo hoje vou me calar

Fica pra próxima irmão.

Jessé Ojuara
Enviado por Jessé Ojuara em 31/05/2024
Reeditado em 01/06/2024
Código do texto: T8075669
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