Um olhar no eterno tempo/ E o tempo sempre a me olhar
O tempo com suas medidas
eu desmedido vou acompanhar
Caminho Em estradas viscerantes
Do nada começo a imaginar
Qu'inda pouco estava no relento
Um Olhar no eterno tempo
E o tempo sempre a me olhar
A vassoura varreu-me todo
Só ficou versos a declamar
Nem aquilo que eu tudo sabia
Conceitos, preconceitos arrotar
Hoje, é como café que requento
Um Olhar no eterno tempo
E o tempo sempre a me olhar
Cadavericamente sou instruído
Na inexorável morte nunca pensar
Rastejo, então, nas vicissitudes
Que a vida vem me alembrar
Por isso, eu digo a contento
Um Olhar no eterno tempo
E o tempo sempre a me olhar
Sou, fui, e penso que serei
No espaço, descompasso, caminhar
Mais do que um simples humano
Com incontáveis fardos carregar
Minhas rimas a contratempo
Um Olhar no eterno tempo
E o tempo sempre a me olhar
Desligo o rádio, e surdo e mudo
Contemplo minha ânsia afogar
Em versos, meus passos trôpegOs
A mente insiste em não lembrar
Que sou efêmero, e sigo lento
Um Olhar no eterno tempo
E o tempo sempre a me olhar
Zé Araújo
Poço Verde/SE
25/05/2024