As travessias nos poemas de Castro Alves

Até nome de cidade levou o seu nome.

Castro Alves meu amigo.

É um poeta conhecido.

A cidade de Castro Alves é no interior da Bahia.

É muito orgulho minha gente.

Você nem imagina.

O poeta dos escravos assim era conhecido.

Enfrentou a sociedade escravagista.

Ele denunciava em seus versos.

A crueldade que estava acontecendo.

Seres humanos aprisionados.

Em corrente e grilhões .Como pode essa situação?

Gente batendo em gente.

Vendo seu corpo sangrar.

Essa dor que doí na pele e na alma.

Castro Alves quis registrar.

Você já leu uma de suas obras?

Muitas denunciavam esses absurdos.

Os nossos antepassados.

Quanta dor e sofrimentos.

Leiam o navio negreiro.

Ele denunciava as mazelas do sofrimento.

Nem animais merecem ser maltratados.

Imagine você humano.

Sem água, comida, cuidado, sem respeito sem afeto.

Largados nos porões do esquecimento.

Quem sobrevivia ao tráfico de vidas.

Já chegavam doentes, desnutridos e acabados.

As travessias eram cruéis quando choros aprisionados.

Hoje ainda sangra e doía quando revisitamos essas memórias.

Somos descendentes de reis e rainhas.

Onde éramos donos soberanos de nossas vidas e histórias.

Nas travessias da morte, até o mar nos recebia.

Muitas vezes preferimos até a morte.

Pois, o que nos aguardavam era bem pior.

Muitos corpos nos oceanos, pois assim era melhor.

E assim fomos dizimados.

Reinos nações de gerações a gerações.

Castro Alves foi importante nessas denúncias meu camarada.

Escrevia de forma poética o nosso sofrimento.

Quem leu o navio negreiro.

Foi um palco de sofrimento.

Mas, somos resistentes nessa luta desigual.

Ainda temos racistas em nosso país.

Que acredita ser o tal.

Não temos chicotes, mordaças, grilhões e o tronco.

Mas ainda temos senzalas subemprego, trabalho análogo a escravidão.

É a escravidão disfarçada.

Somos um povo que atravessamos oceanos, somos quilombolas, indígenas, preto se assim você quiser chamar.

Só não se esqueça da nossa descendência.

Deixe eu te falar para você sempre lembrar.

Aqualtune, Escrava Anastácia, Guerreira Zeferina,Maria Felipa, Maria Firmina dos reis, Danará, Zumbi dos Palmares, Castro Alves, entre tantos outros mais.

Se saia com o seu racismo deixe a negrada passar.

É pelos nossos antepassados não tente me barrar.

Mas, para reforçar seu pensamento se ligue no Estatuto da Igualdade racial.

Racismo é crime isso não toleramos nunca mais.

Sei que as vezes existem manobras para não serem enquadrados nessa lei.

Mas, como somos resistentes acreditamos na justiça.

Que se a Lei bem empregada o racismo não se cria.

Não se cale denuncie pelos nossos antepassados, a luta não foi em vão já deixei o meu recado.

Elisete Soares Moreira
Enviado por Elisete Soares Moreira em 24/05/2024
Reeditado em 05/06/2024
Código do texto: T8070390
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