Cinco horas da manhã
São cinco horas da manhã,
E o Sol ainda não apareceu,
Olhos sobre a janela louçã,
A vontade de café me deu,
Ouço o partir da locomotiva,
Uma névoa encobre a vida,
De quem cedo amanheceu.
Sei que o Sol logo irá raiar,
Na promessa dum lindo dia,
Eu, tão somente despertar,
Com pássaros em sintonia,
Motos ao longe rifam a rua,
No céu, ainda brilha a Lua,
Enamorada e vã companhia.
A Terra gira e rege o tempo,
Menos fugaz na madrugada,
Onde me faço pensamento,
Quase tudo e às vezes nada,
Digo: o amanhecer é divino...
Apenas quem badala o sino,
Sente prazer dessa jornada.