Comer e beber o quê?
Não posso comer mais nada,
Mais nada posso comer:
Porco e carne malpassada,
Peixe e ostras sem cozer...
Nem beber água filtrada,
Em galões de plástico ou barro...
Tudo isso me faz mal...!
Sem falar do tal cigarro,
Que provoca um mor pigarro,
Já num estado terminal!
Não devo comer salmão,
Nem tilápia, em cativeiro,
Muito menos um tal caimão,
Pra não ir tanto ao banheiro!,
Pois não tem um corrimão,
Nas paredes — sobreaviso,
Que destroça a humanidade!
Hoje, eu vivo num improviso,
Sem o menor constante aviso,
Nessa angústia — à nescidade!
(...)
E o pobre não tem direito,
Ao comer uma só picanha;
Mesmo uma Lula, com defeitos,
Cheia de dentes — qual piranha
A evocar os seus efeitos!
Quando lembro da inverdade,
Muitas delas — proferidas —
Nos jargões da honestidade!...
Hoje, eu vejo a falsidade
Se enfronhando nas ermidas!
Pacco