"DIÁLOGO COM A SAUDADE".

Há se a saudade contasse,

O que eu sinto na verdade,

Eu te mataria ó saudade,

Só pra me deixar em paz.

Mas tu saudade não conta,

O quanto meu ser padece,

Nem um dia me esquece,

Por ser covarde e voraz!

Por que você ó saudade,

Não me deixa respirar,

Quando fico a soluçar,

Com agruras que me vem.

Nessa hora tu és muda,

É como se não existisse,

Embora estando triste,

Sua dor vai muito além!

Te pergunto e não diz nada,

Que me faça ser contente,

O que queres realmente,

É ver meu ser enrascado,

Porque finges ir embora,

Sendo a pura enganação,

Me enchendo de ilusão,

Nesse dilema encrencado!

Sabe o que quero saudade,

É que me traga um sossego,

Mas confesso tenho medo,

Que isso nunca tenha fim.

Ninguém ver, mas é real,

O que um coração passa,

Toda a vida perde a graça,

Em tanta atmosfera ruim!

E eu que outrora pensava,

Que tu não ias me achar,

Pra de certo me acossar,

Ao ficar-me as tuas garras.

Mas eu vi ser puro engano,

Me achastes com certeza,

Assim trouxeste a tristeza,

Pra no meu ser fazer farra!

Juro que então provei,

Dessa dor que tinha medo,

Ao te contar um segredo,

Que sempre tive guardado.

E tu saudade indulgente,

Aproveitaste da ocasião,

Quebrantaste um coração,

Que estava fragilizado!

Confesso que se soubesse,

Como de ti me esconder,

Não mais estava a sofrer,

Com as tuas malvadezas.

Mas parece impossível,

Minha carta de alforria,

Me livrar dessa agonia,

Será magnifica proeza!

Hoje eu aprendi saudade,

Que não sou dono de nada,

Que até a vida a nós dada,

Tem um prazo de validade.

E de posse desse saber,

Cheguei a uma conclusão,

Quer tendo muito ou não,

Tudo por aqui é vaidade!

Lembro-me ó saudade,

De quando era menino,

Sem saber que o destino,

Estava guardando pra mim.

E na minha sã inocência,

Sem conhecer na verdade,

O que tu serias saudade,

Um guardião sem clarim!

Mas porem eu não sabia,

Que tu eras assim malvada,

E que não respeitava nada,

Nem beleza ou posição.

Pois vi que age com todos,

Nem com a vida se importa,

Vi que sempre estás a porta,

Vem sem pedir permissão!

Mas agora felizmente,

Botastes as mangas de fora,

Mas relutas em ir embora,

Trazes as coisas que vivi.

E assim tenho em mente,

Que estou só de passagem,

E que em minha bagagem,

Não haverá lugar pra ti!

Só então assim saudade,

Vou te deixar para trás,

E espero não te ver mais,

Atravessar minha estrada.

Só então os meus trajetos,

Contendo espinhos e flores,

Terão enfim menos dores,

Marcando minha jornada!

Cbpoesias.

16/04/2024.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 16/04/2024
Reeditado em 20/04/2024
Código do texto: T8042863
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