Gabi e a formiga: nasce uma amizade (Cordel Infantil – Nº1)
Vou contar uma história
Difícil de imaginar
Tenho uma amiga formiga
Que também sabe falar
Tudo começou no dia
Que as férias iniciavam
Pensava nas brincadeiras
Que os amigos inventavam
Da janela do meu quarto
Avistei um formigueiro
Foi aí que despertou
Curiosidade ligeiro
Fui chegando devagar
E observei de pertinho
As formigas carregavam
As folhas em pedacinhos
Observei que andavam
Todas em fileirinhas
Não havia confusão
Pareciam amiguinhas
Carregavam as folhinhas
Pra dentro do formigueiro
A casa das formiguinhas
Que trabalham o dia inteiro
Fiquei um bom tempo ali
Somente à observar
A vida das formiguinhas
Não queria atrapalhar
Quando voltei para casa
Algo estranho aconteceu
Ouvi um choro baixinho
O que me surpreendeu
Era uma formiguinha
Na gola do meu vestido
Ela estava assustada
De repente, um forte grito
Também fiquei assustada
Pois jamais imaginei
Que formiguinhas falavam
Só vendo, acreditei
A calma tentei manter
Tive pena da formiga
Seu desespero era tanto
Não encontrava saída
Então falei bem suave
Calma dona formiguinha
Eu posso lhe ajudar
Você não está sozinha
Mas não foi tão fácil assim
Acalmar a formiguinha
Gritava desesperada
Quase me deixou surdinha
De repente percebi
Que olhava admirada
Meus cachinhos de cabelos
Parecia encantada
Antes que resolvesse
Num deles se esconder
Corri para a janela
Pra planta me socorrer
Alcancei uma folhinha
E logo aproximei
Da formiguinha assustada
E com calma, perguntei
Quer voltar pro formigueiro?
É só subir na folhinha
Eu levo você de volta
Pra junto das amiguinhas
Ela ainda assustada
Arriscou acreditar
Subiu logo na folhinha
E ficou a esperar
Voltei para o matagal
Procurei o formigueiro
Tudo era tão legal
E imaginei ligeiro
Será que a formiguinha
Aceita ser minha amiga
Os humanos também podem
Ser amigos de formigas
Criei coragem e falei
Antes da despedida
Se você quiser formiga
Podemos ficar amigas
Vi pela primeira vez
Que a formiguinha sorria
Então fiquei tão feliz
Nova amizade nascia
Mas logo ouvi uns gritos
Uns gritos desesperados
O formigueiro inteiro
Se sentia ameaçado
Foi então que a formiga
Da palma de minha mão
Pediu que eu me abaixasse
E a mão chegasse ao chão
Desceu rápido e se juntou
À todas as formiguinhas
Tentando logo acalmá-las
Sem medo da menininha
Ainda muito assustadas
E algumas escondidas
Perguntaram atordoadas
Vocês são mesmo amigas?
A formiguinha responde
Eu não sei muito bem
Ter uma amiga humana
Parece coisa do além
O que importa agora
É que me trouxe de volta
Vamos voltar à colheita
Que o inverno não demora
Quando olhei para traz
A menina estava lá
Percebi sua alegria
No brilho de seu olhar
Me falou bem baixinho
Seu nome para eu ouvir
Eu sou menina Gabi
Prometo voltar aqui
A formiguinha esperta
Foi dizendo em seguida
Arranjarei um tempinho
Pra receber a amiga
Voltando pra minha casa
Eu não parei de pensar
Na amiga formiguinha
Que também sabe falar