Cordel da Criação
Quando o nada sem fronteiras
Cobria tudo de escuridão
O sul e o norte eram uma coisa só
O silêncio dominava sem oposição
Vestindo um manto frio e soturno
De cor estampada de solidão
E assim foi por incontáveis eras
No tempo em que nem tempo havia
Imperava a regra do não ser
Abismo onde o vazio jazia
Praia sem mar nuvem sem céu
Na mais pura monotonia
Até que a voz do Eterno ecoou
e como onda ligeira se moveu
E um farol de luz se viu no espaço
E todas a coisas ELE proveu
Calor, vida, sabores, cores e tons
E ao findar sua criação
Viu Deus o resultado de suas mãos
Dizendo a si mesmo que tudo era bom