CANSANÇÃO, A SOGRA DE ZÉ TOSTÃO (Maltratando Os Genros)

As folhas do cansanção

Queimam a pele e a capanga,

Aquela sogra é o cão

Na chuva chupando manga.

Ela é o diabo de esporão

Feito uma cobra de tanga.

E só fala palavrão

Que assusta até boi de canga.

E para piorar a situação

A velha soltou a franga.

Xingou a todos sem perdão,

E quebrou uma charanga.

Deu um chute no sogrão,

Que o saco virou miçanga.

Nos genros dá bofetão

E manda-os ir pra Aranga.

É o Pivô da separação

Das filhas, aquela cobranga.

E ainda faz gozação

Feito capeta na zanga,

Dá tapa em camarão

E bordoada em peixe panga.

Na cabeça de um capão

Ela bateu com estanga.

Ela se mandou feito um cancão

Dizendo que vai pro Janga

Curtir um sol de verão

De fio dental e tanga,

E vez em quando um pingão

Pra, bêbada, fazer moganga.

A velha feito um machão,

A tiracolo uma capanga

Dizendo com afobação

Que vai sim ao Ipiranga,

Bandoleira e sargentão,

E lá vender bugiganga.

É a sogra do Zé Tostão,

Que parece uma candanga

Pegou o genro de sopetão

Vestida de pano ganga,

Zé Tostão caiu no chão

A velha olhando de anga.

Parece uma assombração,

Bate num, e doutro manga.

Deu um murro num portão,

E o dono quase se zanga.

A velha é mesmo o cão

Chupando manga e pitanga.

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 21/03/2024
Reeditado em 20/05/2024
Código do texto: T8024922
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