CANSANÇÃO, A SOGRA DE ZÉ TOSTÃO (Maltratando Os Genros)
As folhas do cansanção
Queimam a pele e a capanga,
Aquela sogra é o cão
Na chuva chupando manga.
Ela é o diabo de esporão
Feito uma cobra de tanga.
E só fala palavrão
Que assusta até boi de canga.
E para piorar a situação
A velha soltou a franga.
Xingou a todos sem perdão,
E quebrou uma charanga.
Deu um chute no sogrão,
Que o saco virou miçanga.
Nos genros dá bofetão
E manda-os ir pra Aranga.
É o Pivô da separação
Das filhas, aquela cobranga.
E ainda faz gozação
Feito capeta na zanga,
Dá tapa em camarão
E bordoada em peixe panga.
Na cabeça de um capão
Ela bateu com estanga.
Ela se mandou feito um cancão
Dizendo que vai pro Janga
Curtir um sol de verão
De fio dental e tanga,
E vez em quando um pingão
Pra, bêbada, fazer moganga.
A velha feito um machão,
A tiracolo uma capanga
Dizendo com afobação
Que vai sim ao Ipiranga,
Bandoleira e sargentão,
E lá vender bugiganga.
É a sogra do Zé Tostão,
Que parece uma candanga
Pegou o genro de sopetão
Vestida de pano ganga,
Zé Tostão caiu no chão
A velha olhando de anga.
Parece uma assombração,
Bate num, e doutro manga.
Deu um murro num portão,
E o dono quase se zanga.
A velha é mesmo o cão
Chupando manga e pitanga.