Óculos redondos.
Usa óculos redondos.
É loura de pele clara.
Os cabelos pelos ombros
Me agradei logo de cara
Procurei saber seu nome:
Ela se chama Nayara.
Numa sombra da calçada
Encontrei-a trabalhando
Junto com uma equipe,
Ela ia panfletando
Com um sorriso no rosto
Para quem ia passando.
Divulgando o patrão
Consultório de dentistas
Que chegava à cidade.
Era a propagandista
Do estabelecimento,
Alegre com a conquista.
Ela por ser estudante
E não ter experiência
Tentou o mundo das vendas
( pela boa aparência!)
Ganhava por comissão
Então a conveniência.
Mantinha a o seu estudo
Precisava terminar:
Exigência do emprego
Para poder trabalhar.
Cumpria expediente,
Depois ia estudar...
Sem a estabilidade
No terror da pandemia
Pedia a Deus por garantia
De um trabalho melhor...
E veio a padaria.
Eu feliz a encontrei
Por trás de um balcão
Atendendo aos clientes
Com total satisfação
O sorriso em seu rosto
Demonstrava gratidão.
O comércio abre cedo
Mas Nayara não reclama
Por conta da cliantela
Que a faz sair da cama
E a janela abrir
Quando o galo lhe chama.
O dia inda escuro
Ao som do despertador
Nayara vai acordar:
Mais um dia de labor...
Um banho tira preguiça,
Vai espantar o calor.
É movimento intenso
Durante todo o dia,
Um entra e sai de gente.
É assim na padaria!
Ao vir a fornada pronta,
É aquela correria.
Pão francês ou pão sovado
No balcão serão servidos
O freguês faz duas filas,
E com calma é atendido
A espera é bem pouca
Para todos os pedidos.
O tempo todo em pé
De uniforme suado
A Nayara vai pegar
O seu ônibus lotado
Vai-e-vem da faculdade
Sem ainda ter jantado.