Arauto das Incertezas
Caminhei terra distante
Onde poucos caminharam
Como menestrel errante
Onde poucos aventuraram
Vi alegria tristeza
Maldade e coisa boa
Do coração a certeza
Faz bem quem perdoa
Fiz verso adocicado
Cantei noite e dia
Dei a todos o recado
Em prosa e melodia
Fiz da vida uma festa
Cada amigo uma imagem
Que minha inspiração infesta
Atestando essa mensagem
Viajei vezes tamanhas
Por lugares tão distantes
Vi também coisas estranhas
Outras tão alucinantes
Vaguei por muitos mares
Arauto das incertezas
Tive em muitos lugares
E também muitas surpresas
Sem traumas fui seguindo
Corpo e mente em harmonia
De infortúnios fugindo
Entre sonho e melodia
Usando de muita sensatez
Não julguei nem fui julgado
Fiz quase tudo com lucidez
Às vezes me fiz de rogado
Caminhei por prosa e verso
Em sol, luar e cantilena...
Tendo a vida como universo
Porque viver vale a pena
Não guardo magoa ou rancor
Só guardo coisas bonitas
Fiz no meu peito um andor
E recebo bem as visitas
Preguei muita verdade
De umas até esqueci
Pois soprou a saudade
Fui vivendo e as perdi
Sou despido de vaidade
Puxador de incoerência
O que digo tem validade
Mas não quero ser influência
Não sou antigo ou moderno
Tampouco velho ou novo
Pro tempo sou eterno
Pela poesia me movo
Vou terminar esse verso
Como uma prece à vida
Desejos a todos sucesso
Em uma sina cumprida.