Verso ou Prosa

Minha Prosa anda triste, alegando meu abandono. Não posso lhe tirar a razão. Enamorado do Verso, que a pouco aprendi, confesso que realmente dela me afastei.

 

Hoje numa missão de paz, vou juntar Verso e Prosa, só pra ver no que vai dar.

 

Para o Verso eu confesso, que senti na boa Prosa, sem rima, métrica e oração, uma total liberdade. Gostava de não ter amarras e falar sem engessamento.

 

Já pra Prosa vou dizer

Com linda sonoridade

Amo as rimas, mesmo pobres

Explorar a oralidade

O bom Verso me encantou

Confesso me cativou

Não vou faltar co'a verdade.

 

Nesse instante de tensão, vi brotar, na fase radiante do Verso, um tímido mas sarcástico sorriso. Enquanto sentida lágrima escorria, lentamente, no rosto da Prosa.

 

Para aplacar esse drama

Disse firme, mas gentil

Vamos resolver o caso

Antes que vire um ardil

Te amo minha linda Prosa

Eu versejo e faço glosa

Da poesia sou servil

 

As pazes celebramos e houve até um tímidos abraços, sem salamaleques. Eu prometi solene, ser um Poeta fiel e respeitoso com ambas. Porém, declarei absoluto: serei escravo apenas da minha inspiração. Com a pena livre para expressar dores e amores, em Verso ou Prosa.

 

Essa história misturada

Feita só pra divertir

Demonstra que na cultura

Pode sim coexistir

Todo tipo de expressão

Sem qualquer violação

Quando queremos unir.

Jessé Ojuara
Enviado por Jessé Ojuara em 17/03/2024
Reeditado em 17/03/2024
Código do texto: T8021953
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