As unhas
As unhas
Cordel
As unhas do gavião
São ferramentas de corte
Pegam a presa e a levam a morte
Pra dar alimentação
As unhas do corujão
São garras afiadas e fortes
Porém a unha da morte
Tá mais perto do que longe
De Leste a Oeste Sul a Norte
Se trata de um Alfange
Na hora que ela tange
Falta com respeito a sorte
As unhas da sedução
São das mulheres vaidosas
Que para chamarem atenção
Nas tintas são caprichosas
Beliscam bolsos e o coração
Quando o homem se entrosa
As unhas do grande apuro
Não são as unhas dos homens
Visto que não há futuro
Nas unhas do lobisomem
Quem namora no escuro
O bicho chega pega e come
Já nas unhas da polícia
O bandido come arrochado
Do PCC ou da melissa
Perseguido ou procurado
Onde as unhas da lei derriça
Ver-se o sangue derramado
Já nas unhas dos políticos
A verdade se contradiz
Sejam comuns sejam mitos
Contaminação infeliz
Cavam buraco esquisito
Para sepultar o país
Já nas unhas da justiça
É que a coisa fica feia
Políticos com grandes cifras $
Onde a corrupção campeia
‘Da porta range a dobradiça’
Botam o cara na cadeia
Ainda nas unhas do Leão
A presa se desgoverna
O sangue ensopa no chão
Na entrada da caverna
E o inimigo da salvação
Traz perda de vida eterna
Já nas unhas do poeta
Cai a Terra o céu o mar
O Sol estrelas e vaga-lume
E muito mais cai na certa
Poeta tem um costume
De tudo que é bom juntar…
Tem mais Centenas de unhas
Que agora não vou citar
Sem querer deixar nenhuma
No cordel a comentar
Esta estrofe é testemunha
Unha não só para beliscar…