Não leia essa poesia

Não leia essa poesia

Não escrevo pra agradar

Eu uso a pena como arma

Mas também para encantar

Depende do meu astral

Se tem dor, eu sou mortal

Uso o verso pra atacar

 

Leiam essa poesia

Se a luz é seu farol

Se não tem lume emprestado

Se a tarde curte arrebol

Se só ler sem preconceito

Soberba, tolo defeito

Nunca será o meu sol

 

Não leia essa poesia

Quem se preocupa co'a forma

Sem dó, despreza a poética

Supervaloriza a norma

A norma são prós normais

Meus versos são marginais

Nele a métrica se transforma

 

Leiam essa poesia

Despretensiosamente

Vixe que palavra grande

Quis atiçar sua mente

Pra sair desse marasmo

Redundante o pleonasmo

Twitter é má semente

 

Não leia essa poesia

Quem detesta o imponderável

Quem volta por onde foi

Sempre em caminho saudável

E quem aceita a palavra

Como de perfeita lavra

Verdadeira e inquestionável

 

Leiam essa poesia

Os poetas marginais

Os que sempre questionam

Tem idéias surreais

Não escrevem para os críticos

Os que matam analíticos

As poesias reais.

Jessé Ojuara
Enviado por Jessé Ojuara em 29/02/2024
Código do texto: T8009992
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